23/05/2023
Por Maria Luiza Busse, diretora de Cultura da ABI
Coletânea de artigos investiga a negociação de sentidos e significados no encontro de culturas a partir da imprensa estrangeira publicada no Brasil dos séculos XIX e XX. Na OAB-RJ tem lançamento de livro de advogadas negras e a obra de Marques Rebelo é assunto de Ivan Cavalcanti Proença na Academia Carioca de Letras.
Mediações transnacionais e imprensa estrangeira publicada no Brasil
Investigação sobre jornais e revistas estrangeiras publicados no Brasil nos séculos XIX e XX. O objetivo da coletânea de artigos é destacar a importância da imprensa como vetor de mediação cultural e política que, no caso dos periódicos estrangeiros de idiomas diversos, significa mediação entre valores, ideias e experiências próximas ou distantes.
O livro é organizado pelos professores universitários e historiadores Luigi Biondi e Valéria dos Santos Guimarães, e por Terciane Ângela Luchese, professora e pesquisadora da Fundação de Amparo à Pesquisa do Rio Grande do Sul. A imprensa periódica é fonte conhecida e utilizada em pesquisa sobre as mais variadas temáticas, e no século XX se firmou como objeto sistemático de estudo. O livro é dividido em quatro parte que interessam tanto a acadêmicos como ao público em geral. Na primeira, os artigos tratam de narrativas transmidiáticas sob o ponto de vista de imprensa e cultura; na segunda, mediações políticas a partir de redes transnacionais e conflitos; na terceira, mediações além das fronteiras, com o Brasil sob os olhares estrangeiros; por fim, na quarta, mergulham nas mediações relativas aos processos identitários e à educação. “É na perspectiva transnacional, promovendo trocas e negociações que os migrantes empreendem, em diferentes condições e por motivações distintas, a fundação de um periódico. Os periódicos são marcados pela cultura (para além da língua) dos lugares de origens de seus editores e responsáveis pela sua produção, mas justamente por serem publicados no Brasil e aqui circularem e serem consumidos, são apropriados pelo entorno e negociam sentidos e significados.”, destacam os organizadores. Editora Unesp.
Lançamento das ‘Carolinas’ na OAB-RJ
Nesta terça-feira, 23, lançamento de ‘Trazendo Carolina Maria de Jesus para o Direito’, série de artigos de advogadas negras sobre as respectivas áreas de atuação do Direito, organizada por Monica Alexandre, primeira negra a integrar a diretoria da OAB-RJ. Carmen Felippe, que assina um dos artigos, explica que o nome Carolina Maria de Jesus é uma homenagem das “Carolinas’, como as advogadas se denominam, à primeira autora negra e favelada a contar a vida em uma favela de dentro para fora no livro ‘Quarto de despejo’, sucesso impactante e comovente desde que foi escrito e publicado em 1950. No mesmo evento, a Associação Carioca dos Advogados Trabalhistas, Acat, lança a medalha Carolina Maria de Jesus. Das 17h às 20h, na sede da OAB-J, Avenida Marechal Câmara 150/4º andar, Centro. Haverá transmissão ao vivo pelo canal youtube oabrjoficial.
Palestra na Academia Carioca de Letras
Nesta quarta-feira, dia 24, o conselheiro da ABI e professor Ivan Cavalcanti Proença faz palestra na Academia Carioca de Letras sobre Marques Rebelo, romancista que seguiu a linhagem de Machado de Assis e viveu a corrente modernista. O carioca Marques Rebelo, nascido em Vila Isabel em 1907, é autor de importantes obras, dentre as quais ‘A estrela sobe’ levada ao cinema pelo diretor Bruno Barreto. Rebelo também foi jornalista, cronista e contista. Em 1964 foi eleito para Academia Brasileira de Letras onde ocupou a cadeira de número 9 até falecer em 1973, aos 65 anos. Agora, ele é revisitado por Proença, intelectual, crítico literário, e um dos 40 integrantes da Academia Carioca de Letras, instituição fundada em 1926 e que também tem entre seus membros Mary Del Priore, Antonio Carlos Secchin, Ricardo Cravo Albim, Martinho da Vila, Domício Proença Filho e Alcmeno Bastos. Às 16h. A Academia Carioca de Letras fica na rua Teixeira de Freitas 5, 3º andar, Centro.