Hoje é Dia de Livro


11/10/2022


Por Maria Luiza Busse, diretora de Cultura da ABI

O menino maluquinho

O mineiro Ziraldo Alves Pinto até parece baiano: não nasceu, estreou. No próximo 24 de outubro o multiartista faz aniversário e ao longo destes 90 anos vem espalhando alegria em todas as suas formas, seja na ironia praticada no jornalismo e nos cartuns ou nas graciosas metáforas com jeito de não ser nada encontradas nos seus livros infantis. De ‘A Turma do Pererê, com a genial onça Galileu entre os personagens, a O Menino Maluquinho, alegria é a sua prova dos nove. O menino de Ziraldo fazia versinhos, compunha canções e inventava brincadeiras. As gentes o chamavam de Maluquinho, mas não era, não. Era, sim, um garotinho muito amado e, por isso, sem medo de ser feliz. Editora Melhoramentos.

Albert Sabin 

Na dificuldade de encontrar uma biografia editada em livro sobre o criador da vacina antipoliomilelite, vai a sugestão do perfil resumido, porém consistente, escrito pela professora e biblioteconomista Dilva Frazão para o site eBiografia. A leitura permite saber sobre esse médico, microbiologista e pesquisador polonês, naturalizado norte-americano, que desenvolveu a vacina oral contra a poliomielite, doença causada por vírus que afeta o sistema nervoso e paralisa os membros inferiores do doente. Com a colaboração de cientistas soviéticos, mexicanos e holandeses, fabricou a vacina “Sabin”, aprovada oficialmente nos Estados Unidos desde 1960.A vacina eliminou a paralisia infantil em todas as partes do mundo em que foi e segue sendo ministrada. Dr. Albert Sabin veio muitas vezes ao Brasil. Veio tanto que, em 1972, se casou com a brasileira Heloisa Dunshee de Abranches. (NR: tive o prazer de entrevistar dr Sabin quando ele assistia radiante ao desfile das escolas de samba no tempo em que Sambódromo ainda era Sapucai) https://www.ebiografia.com/albert_sabin/#:~:text=Albert%20Sabin%20(1906%2D1993),26%20de%20agosto%20de%201906.

Mulheres incríveis que mudaram o mundo

Na estante dos infantis, os feitos de mulheres que inspiraram e ainda inspiram o mundo, entre elas a artista mexicana Frida Kahlo e a combatente revolucionária brasileira Anita Garibaldi. A própria autora Claire Phillips já vale leitura sobre ela, mas essa é outra história. Editora Ciranda Cultural.

Mulheres incríveis que transformaram a Ciência    

    

Ainda da produção literária de Claire Phillips, o livro conta a história de 101 mulheres que deram mais luz ao conhecimento e desenvolveram o universo científico. Das mais célebres às menos conhecidas nos campos da química, medicina, engenharia, biologia, astrofísica e matemática. Editora Pé da Letra.                         

Amoras

Na música ‘Amoras’, o rap Emicida canta “Que a doçura das frutinhas sabor acalanto/ Fez a criança sozinha alcançar a conclusão/ Papai que bom, porque eu sou pretinha também”. A partir dessa letra um dos artistas brasileiros mais influentes da atualidade cria seu primeiro livro infantil, que trata da importância de nos reconhecermos no mundo e nos orgulharmos de quem somos desde criança, e para sempre. Ilustrações de Aldo Fabrini. Editora Companhia das Letrinhas.

A vergonha

“Meu pai tentou matar minha mãe num domingo de junho, no começo da tarde”. “Era normal sentir vergonha”. Assim começa o capítulo dessa autobiografia, uma das tantas da vencedora do Nobel de Literatura deste ano de 2022, premiada pela Academia sueca pela “coragem e acuidade clínica com a qual descobre as raízes, estranhamentos e limitações coletivas de sua memória pessoal”. Annie Ernaux, reconhecida por falar sobre o mundo a partir de suas próprias vivências, é a primeira francesa a receber o prêmio e a 17ª mulher entre as demais que já foram agraciadas. Ernaux estará na FLIP, a Festa Literária Internacional do Livro, que será realizada de 23 a 27 de novembro próximo, em mais uma edição na cidade de Paraty, estado do Rio de Janeiro. Fósforo Editora.