Hoje é Dia de Livro


04/10/2022


Por Maria Luiza Busse, diretora de Cultura da ABI

Brasil Sem Máscara –  o governo Bolsonaro e a destruição do país

Na reta final da eleição presidencial mais disputada desde o fim da ditadura militar, o recém lançado livro de Milton Alves é abordagem qualificada sobre a ameaça de destruição do país representada pelo governo do atual ocupante do Palácio do Planalto, que trouxe de volta a fome, desmontou as políticas públicas dirigidas ao desenvolvimento e igualdade social, faz permanente ameaça golpista e pratica a mais intensa e evidente corrupção. Importante obra para se entender o Brasil e a necessidade de mudança com a eleição de Lula no próximo dia 30 de outubro. Prefácio da presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann. Kotter Editorial.

Arapuca estadunidense – uma Lava Jato mundial

Em 2014 a França perdeu o controle de boa parte das suas centrais nucleares para os Estados Unidos e, portanto, a soberania energética. Frédéric Pierucci , ex-executivo da  francesa Alstom forçada pela estadunidense General Eletric a fazer o negócio de 12 bilhões de dólares, revela essa escusa  transação empresarial. Frédéric foi vítima do lawfare lavajatista mundial, preso em Nova York pelo FBI por dois anos em prisão de segurança máxima e processado por  corrupção sem prova ou qualquer realidade de envolvimento. A chantagem fez parte da trama para forçar os controladores a vender a Alstom para a concorrente General Electric, e ainda pagando a maior multa que os EUA jamais impuseram a alguma empresa. Nos últimos anos, as multinacionais francesas pagaram mais de 14 bilhões de dólares em multas ao Tesouro estadunidense. O livro foi escrito junto com o jornalista Matthieu Aron e recebeu o prêmio francês  Nouveaux Droits de l’Homme, Novos Direitos do Homem, em  2019. Kotter Editorial.

A política externa brasileira e a Unasul:  geopolítica e expansão do capitalismo brasileiro na América do Sul

Com noite de autógrafo na próxima quinta-feira, dia 6, no Rio, o autor Tiago Nery analisa a tensão entre política e economia na política externa brasileira na primeira década deste século XXI, período marcado pela ascensão das forças progressistas em diferentes países sul-americanos. Propõe reflexão sobre o papel do Brasil na criação da União das Nações Sul-Americanas, Unasul e a atuação das empresas brasileiras na região, destacando as contradições entre a concepção geopolítica da diplomacia brasileira e a dinâmica dos investimentos privados do país na América do Sul. Sobre o momento atual, mira o olhar para a ruptura na política externa brasileira e seu papel na desconstrução da arquitetura institucional sul-americana erigida em governos anteriores, com destaque para a Unasul. Tiago é doutor em Ciência Política, pesquisador do Laboratório de Análise Política Mundial do IESP/UERJ, e assessor de cooperação internacional do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI), da Fiocruz. O lançamento é das 18h30 às 21h30, na Livraria Argumento, rua Dias Ferreira 417, Leblon. Editora EdUERJ.                         

Territórios em rebeldia

O uruguaio Raúl Zibechi, importante pesquisador das lutas sociais na América Latina, recupera os movimentos antissistemicos e as mudanças promovidas por essas ações que, segundo o autor, são o lugar onde germinam, crescem e se formam os laços sociais que são o alicerce do “novo mundo” liberto das amarras da velha sociedade burguesa e conformam a revolução como parteira da História. Zibechi, afirma que esse outro mundo já pode ser sentido nas Juntas de Buen Gobierno em Chiapas, México, nos assentamentos dos sem-terra no Brasil, e nas centenas de fábricas recuperadas por operários em diversos países latino-americanos. Elefante Editorial.

A ética da erótica contemporânea – a poetização da cultura contemporânea

Diferentes eróticas, atravessadas por diferentes éticas, e expressas por meio de diversas estéticas, é a proposta de mais esse trabalho da reconhecida psicanalista Gloria Seddon, A pesquisa da autora argentina radicada no Brasil se detém na erótica ocidental burguesa do casamento monogâmico e na erótica contemporânea. A primeira, repleta de promessas ilusórias que funcionam como barreiras para o acesso ao gozo; a segunda, consequência de dois fluxos de mudanças, o individualismo e a liberação sexual da mulher–, apresenta a incorporação do amor-paixão no casamento. De acordo com Glória, a erótica contemporânea é guiada pela ética do desejo e diz respeito tanto ao homem quanto à mulher, fato novo na história da erótica. Suas manifestações estéticas são infinitas, fazem parte da ordem do cinismo ou da tragédia, ambas transgressões da lei, como é próprio da erótica. Mundo Contemporâneo Edições.

A Construção Audiovisual da Realidade: uma Historiografia das Narrativas Jornalísticas em Áudio e Vídeo 

Nessa obra estão apresentados três períodos do jornalismo audiovisual: o primeiro, o dos  pioneiros cinejornais e documentários que precedem o surgimento da televisão no Brasil no pós-Guerra; o segundo, corresponde à era da TV mundializada, marcada por transmissões ao vivo de grandes acontecimentos e pela multiplicação de satélites e sistemas de cabo nas últimas três décadas do século XX;  o terceiro, contempla a expansão de conteúdos e formatos audiovisuais noticiosos nas diversas telas e plataformas da atualidade. Com a pesquisa, a jornalista e professora titular da Escola de Comunicação da UFR, Beatriz Becker, proporciona reflexões e conhecimento sobre a produção e consumo de conteúdos e formatos informativos em áudio e vídeo, imbricados em interesses políticos e econômicos, aspirações populares e práticas culturais de 1920 a 2020. Editora Mauad X.

Nossa correspondente informa:  notícias da ditadura brasileira na BBC de Londres: 1973-1985  

   

Correspondente no Brasil da rádio BBC e do jornal The Guardian, e fundadora da Associação dos Correspondentes Estrangeiros no final dos anos de 1960, a jornalista inglesa Jan Rocha assina esse relato sobre a repressão oficial que se transformou em terrorismo de estado executado pela linha-dura do Exército para impedir a abertura e o retorno à democracia. O livro retoma fatos da ditadura, sobretudo de quando a ultradireita deu início à série de atentados que incluíram Ordem dos Advogados do Brasil, Associação Brasileira de Imprensa, o jornal O Estado de S. Paulo, e Riocentro, entre tantos outros, que nunca foram seriamente investigados porque tinham por objetivo responsabilizar a esquerda e inviabilizar a volta ao estado de direito. Editora Alameda.

Como era triste A chinesa de Godard

O delicioso romance do jornalista e crítico de cinema Rodrigo Fonseca tem como ponto de partida o filme A Chinesa, do recém falecido Jean-Luc Godard, história de quatro jovens que durantes as férias se fecham num apartamento para discutir e organizar a revolução. Mas pelas mãos do escritor, quem diria, A chinesa cult do mestre da sétima arte vai parar no Bonsucesso Blues, gafieira do bairro do subúrbio carioca. Recheado de referencias clássicas em modo pop, Rodrigo não abandona o ensinamento do mestre nessa primeira incursão literária: revolucionar sempre. Editora Record.

20ª Primavera dos Livros retorna em outubro

Após dois anos de recesso por causa da pandemia de covid-19, a Liga Brasileira de Editoras, Libre, traz de volta a Primavera dos Livros que começa na próxima quinta-feira, 06 e termina domingo, dia 09. O tema desta edição é Mulheres na política e a homenageada é Julia Lopes de Almeida, uma das principais autoras brasileiras dos séculos XIX e XX. Nascida em 1862 e falecida em 1934, Júlia abriu caminho no espaço dominado por homens e foi uma das idealizadoras da Academia Brasileira de Letras, ABL. Além de exposições e debates sobre a importância das mulheres na cena política, a Libre terá espaço infantil, contação de histórias e praça de alimentação. Participam cerca de 100 editoras independentes. Entrada e programação cultural gratuitas. Haverá descontos especiais no preço dos livros para professores e estudantes da rede pública de ensino mediante comprovação de vínculo. Tudo nos jardins do Museu da República, rua do Catete 153, Catete. A partir das 10h. Editoras não associadas à Libre que desejem participar da Primavera dos Livros podem entrar em contato com a organização pelo e-mail  secretaria@libre.org.br