História dos ciganos no Brasil na Biblioteca da ABI


20/12/2012


Durante séculos, os ciganos sofreram com a intolerância e perseguição em todo o mundo, e ao longo da História do Brasil não foi diferente. Durante muitos anos eles foram apontados como os principais comerciantes de escravos do Valongo, um dos maiores mercados negreiros do período colonial, situado na região portuária do Rio de Janeiro. Denunciar essa visão errônea é o objetivo do livro “Brumas da História — Ciganos & Escravos no Brasil”, que acaba de ser doado à Biblioteca Bastos Tigre.

A obra narra como eles foram estigmatizados como mercadores de escravos, apesar de a atividade ser majoritariamente desenvolvida por ricos comerciantes brasileiros e portugueses. O livro é rico em dados históricos, gráficos e pinturas produzidas por grandes artistas da época, como Debret, que sob encomenda dos governantes convenientemente retratavam os ciganos como os principais responsáveis pelo comércio escravagista.
 
De autoria de Asséde Paiva, formado em Direito e Administração e que há 10 anos pesquisa sobre o povo cigano, o livro busca em 188 páginas recuperar a imagem do povo cigano, maculada por antigos historiadores que atuavam em consonância com os interesses das elites escravistas. Um importante trabalho em prol dos direitos humanos desse povo e da recuperação de sua História no Brasil.
 
O livro fica disponível para consulta e empréstimo aos sócios da ABI de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h. A Biblioteca Bastos Tigre fica no edifício-sede da ABI, na Rua Araújo Porto Alegre, 71, Rio de Janeiro.