Hipólito da Costa ganha título de herói


09/07/2010


O jornalista Hipólito José da Costa, fundador do primeiro jornal brasileiro, o Correio Braziliense, foi homenageado com o título de Herói da Pátria por lei aprovada no Congresso Nacional e sancionada pelo Vice-presidente da República, José Alencar, no dia 5 de julho. O Patrono da Imprensa Brasileira fundou, seu jornal em 1808. A publicação circulou no País por 14 anos, em edições mensais. Em 2001, seus restos mortais foram transferidos para o jardim do Museu da Imprensa, em Brasília.

Hipólito, cujo nome completo era Hipólito José da Costa Pereira Furtado de Mendonça, nasceu em Colônia do Sacramento (hoje território uruguaio), e publicou em Londres, onde se encontrava exilado devido à perseguição que lhe era movida pela Inquisição. O Correio Braziliense ou Armazém Literário foi a primeira publicação regular livre de censura, em língua portuguesa. O jornal, que como a maioria dos periódicos da época tinha formato pequeno (semelhante ao de um livro atual), foi editado ininterruptamente até dezembro de 1822, sempre em Londres, e com a mesma periodicidade.

O nome do jornal estava relacionado a uma distinção que o editor fazia entre “braziliense” e “brasileiro”, assim explicada por ele: “Chamamos Braziliense, o natural do Brasil; Brasileiro, o português europeu ou o estrangeiro que lá vai negociar ou estabelecer-se…”. Com isso fica claro, a partir do título, que a publicação estava voltada para o Brasil, apesar de impressa no exterior.

Outro pioneiro do jornalismo no Brasil declarado herói da pátria é Frei Caneca, editor do Typhis Pernambucano, no qual defendia a liberdade de imprensa e condenava a escravidão. Frei Caneca foi preso na repressão à Confederação do Equador (revolta contra o poder central que eclodiu em 1824) e fuzilado no dia 15 de fevereiro de 1825, tornando-se o primeiro mártir da imprensa brasileira.

O padre José de Anchieta, jesuíta que catequizou os índios no período colonial, também foi incluído no Livro dos Heróis da Pátria, que conta agora com 19 pessoas entre líderes do movimento pela independência (Tiradentes e D. Pedro I) militares (Duque de Caxias e outros), inventores (Santos Dumont) e líderes populares como o negro Zumbi dos Palmares e o cacique Sepé Tiaraju, líder dos índios que integravam os Sete Povos das Missões (RS) e uma única mulher Anna Néri, que participou da Guerra do Paraguai e é considerada a primeira enfermeira do Brasil.

* Com informações da ANJ e da BSB.