Greve ameaça circulação de jornais na Argentina


15/10/2010


As autoridades da Argentina resolveram intervir na greve dos funcionários da Papel Prensa, maior produtora de papel-jornal do país. O Ministério do Trabalho da Província de Buenos Aires deu um prazo de 15 dias para que haja uma conciliação entre os trabalhadores e a empresa. A medida é para evitar que a paralisação, que já dura duas semanas, provoque um colapso na circulação dos jornais argentinos.
 
 
Conforme noticiou o jornal Clarín, a decisão foi tomada pelo Diretor do Departamento Provincial de Relações Industriais, Daniel Montes de Oca. Ficou decidido também que durante o período de negociação, o sindicato dos trabalhadores não poderá tomar nenhuma iniciativa que afete diretamente a empresa.
 
 
A Associação de Jornais do Interior da Argentina (Adira) emitiu um comunicado, no qual expressa a sua preocupação com a repercussão da greve dos funcionários da Papel Prensa, que poderá afetar principalmente as pequenas e médias empresas de imprensa do país. Segundo a organização, 250 jornais poderão deixar de circular por causa da falta de matéria-prima.
 
A greve dos funcionários da Papel Prensa por aumento de salários começou no dia 5 de outubro. Segundo informação do Clarín, os trabalhadores da empresa ganham em média mais que o dobro do piso salarial do setor industrial.
 
 
Nos últimos meses, a Papel Prensa tem ocupado os noticiários dos jornais, por causa da denúncia da Presidente Cristina Kirchner de que o Grupo Clarín (49%) e o La Nación (22,49%), adquiriram o controle acionário da empresa de forma ilegal, após os antigos donos terem sido vítimas de torturas do regime da ditadura militar.
 
 
* Com informações do Clarín.