Google continua operando na China


18/01/2010


O Google afirmou nesta segunda-feira, dia 18, que continuará trabalhando normalmente na China. A informação contraria a ameaça feita pela empresa, no último dia 13, de uma possível retirada do mercado chinês após o ataque contra a sua rede, ocorrido em dezembro último, quando foram invadidas as contas de seu serviço de e-mail, o Gmail.

Segundo a agência de notícias Reuters, o Google estaria investigando a participação de um ou mais funcionários da companhia no ataque virtual.

A China tentou amenizar a polêmica ao afirmar que o caso não afetará as relações comerciais com os Estados Unidos.

Os EUA lembraram que é cedo para falar em comprometimento das relações comerciais, ressaltando que o livre intercâmbio de informações é fundamental para o amadurecimento da economia chinesa.

No último dia 13, o Google, maior serviço mundial de buscas na internet, ameaçou encerrar as operações na China em represália ao ataque virtual originado naquele país, dirigido a ativistas de direitos humanos que usam o serviço de e-mail da empresa. A decisão de sair da China foi anunciada por David Drummond, chefe da divisão legal do Google.

A China respondeu às ameaças do Google através do comunicado do Ministro Wang Chen, do Conselho Estatal da Informação chinês, divulgado no dia 14, no qual Chen descartou a possibilidade de ataques originados na China e defendeu a política de censura do país.

O porta-voz do Governo chinês, Jiang Yu, negou o apoio aos ataques virtuais e declarou que as empresas de internet devem respeitar as regras de cada país.

Acordo

Ao lançar o Google na China, em janeiro de 2006, a empresa norte-americana fez um acordo com o governo chinês de censurar parte do conteúdo nos resultados de busca. Os sites de grupos de direitos humanos ou de opositores foram bloqueados.

Segundo o Google, em dezembro último, foi detectado um ataque contra a infra-estrutura da empresa, que teria resultado em roubo de propriedade intelectual. Outras dezenas de companhias de diferentes atividades, incluindo internet, finanças, tecnologia e mídia, também teriam sofrido ataques. O objetivo, afirmou o Google, era acessar as contas do Gmail de ativistas de direitos humanos chineses.

*Com informações da Reuters e AFP