Funcionários do Diário de S. Paulo encerram greve


30/10/2017


Com a confirmação de que receberão os salários atrasados relativos aos dois últimos meses, jornalistas do Diário de S. Paulo encerram o movimento de greve na última quinta-feira, 26. Entidade responsável por negociar os direitos dos profissionais junto ao corpo gestor da empresa de comunicação, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP) informa que a paralisação acabou com decisão “vitoriosa” para a classe.

O movimento grevista foi aderido por 17 jornalistas, destaca o SJSP, e teve duração de 17 dias. O retorno dos profissionais às atividades relacionadas ao impresso paulistano foi acordado na quarta-feira, 25. O caso foi liderado pelo Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (TRT2-SP). Em seu site oficial, a direção do sindicato aponta que sete ações foram alinhadas para que a reclamação chegasse ao fim. Entre as atividades combinadas está o compromisso do jornal em pagar integralmente os salários dos grevistas.

Presidente do SJSP, Paulo Zocchi vê o desfecho como prova da importância da união dos profissionais. “A vitória no Diário de S. Paulo é um exemplo, pois mostra que, mesmo em condições muito difíceis, a luta organizada e firme pode garantir e conquistar direitos. O movimento foi construído com o apoio da diretoria do Sindicato, mas destaco que as decisões estavam sempre nas mãos do coletivo de jornalistas em greve, e foi isso que permitiu derrotar a intransigência e o desrespeito dos patrões”, comenta, conforme divulga o sindicato.

Durante o período em que a greve estava ativa, o sindicato lançou campanha para que jornalistas e pessoas de outras áreas colaborassem financeiramente com os profissionais que estavam reivindicando seus direitos. A instituição informa que, em seis dias, a ação contabilizou R$ 1.535,00 arrecadados. Do valor total, R$ 1.015 foram repassados a três comunicadores que “precisaram do apoio do fundo”. Os R$ 520,00 serão doados para o próprio sindicato, “como forma de fortalecimento” da entidade.

Os 7 itens que a direção do Diário de S. Paulo se comprometeu a fazer:

  1. A empresa se comprometeu a pagar os salários atrasados de agosto e setembro para todos até a manhã desta quinta-feira (26), como condição para a volta ao trabalho coletiva. Isso incluía acertar também o salário de quem entrou de férias nestes dois meses. O acordo inclui a relação com os nomes dos 17 grevistas – considerando que eram sete profissionais contratados e dez PJs, e as conquistas e garantias se estendem a todos e todas, igualmente.
  2. Pagamento integral dos dias de paralisação para todos os 17 trabalhadores.
  3. Cronograma para acerto dos atrasados: adiantamento de 40% do salário de outubro até 6 de novembro; restante do salário de outubro até 13 de novembro, incluindo o salário dos PJs; normalização dos pagamentos a partir de 20 de novembro (com os 40% do salário de novembro); acerto de todos os pagamentos atrasados relativos a férias até 30 de novembro.
  4. Regularização dos três anos de atraso no pagamento do Fundo de Garantia a partir de 31 de janeiro, em cinco parcelas iguais, mensais e sucessivas, até o final de maio de 2018. Em 20 de janeiro, a empresa deve enviar ao Sindicato o extrato da dívida para acompanhamento dos valores a serem quitados.
  5. Garantia de emprego e salários aos 17 trabalhadores grevistas por 90 dias a partir da volta ao trabalho.
  6. Em caso de atraso de qualquer obrigação, há uma multa de 10%.
  7. O dissídio de greve fica suspenso até o cumprimento total do acordo. Caso qualquer ponto seja descumprido, os jornalistas notificam o tribunal e podem retomar a greve de imediato.