Funcionários da EBC aceitam acordo e encerram greve


05/12/2017


Os jornalistas e radialistas da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) aceitaram na última sexta-feira (1) a proposta mediada pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST) para o Acordo Coletivo de Trabalho 2017-2018 e encerraram a greve que durou 11 dias. A informação é do Sindicato dos Jornalistas do Estado de São Paulo.

Pela proposta aprovada, mediada pelo ministro Emmanoel Pereira, vice-presidente do TST, os profissionais não terão o reajuste reivindicado para os salários e benefícios, mas conquistaram a manutenção da maioria das cláusulas já garantidas no acordo coletivo, inclusive os vales cesta alimentação extras, pagos apenas em junho e dezembro, assim como o vale cultura, que estava entre os itens que a direção da EBC pretendia excluir.

Em contrapartida, ficaram sem reajustes os salários e outros itens da pauta econômica, como auxílio alimentação, às pessoas com deficiência, creche e seguro de vida em grupo. O ministro do TST incluiu na proposta a exclusão da cláusula que obrigava que as demissões fossem homologadas nos sindicatos nas categorias, já que a partir do último dia 14 está em vigor a nova Lei Trabalhista.

Denúncia

Em depoimento à IMPRENSA no início da paralisação, o presidente do Sindicato dos Jornalistas do Estado de São Paulo, Gésio Passos, afirmou que além dos empregados não aceitarem os cortes, a greve era também um protesto contra a direção da empresa. Eles “vêm tendo uma postura de forte interferência no jornalismo da empresa, na linha editorial, descumprindo a legislação”, disse.

Passos apontou que os funcionários da EBC têm sofrido com perseguições internas. “Há um forte processo de assédio moral nas redações, principalmente da direção de jornalismo”, vaticinou.

No dia 23, o ator Pedro Cardoso abandonou a transmissão ao vivo do programa “Sem Censura”, da TV Brasil, em apoio à greve de funcionários da emissora e contra o presidente da estatal. O artista era convidado do programa e falaria sobre o lançamento de “O livro dos títulos”, de sua autoria.

“Eu não vou responder essa pergunta e nenhuma outra, porque quando eu cheguei aqui, eu encontrei uma empresa que está em greve. E não participo de programa em empresas que estão em greve”, disse, logo no início do programa.

Os 11 dias de paralisação nas praças de São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Maranhão serão compensados em até 120 dias, limitados a duas horas a mais diariamente. A entidade informou ainda, que os trabalhadores têm direito de recusar a compensação, aceitando, assim, o desconto dos dias parados.