Filmes latino-americanos às terças-feiras


26/09/2008


Parceira da Associação Brasileira de Imprensa, onde exibirá um filme toda última quinta-feira do mês, dentro da programação do Cine ABI, a partir de outubro, a Casa da América Latina também abre espaço para a produção cinematográfica latino-americana no Clube de Engenharia no próximo mês. As quatro terças-feiras de outubro serão dedicadas a dois títulos brasileiros, um chileno e um argentino, com sessões sempre às 18h.

O Cineclube do Clube de Engenharia fica no 19º andar do edifício-sede da instituição, na Avenida Rio Branco, 124 — Centro do Rio. O telefone é (21) 2178-9200. 

Veja a seguir a programação completa:

Dia 7 — “Machuca” (“Machuca” — Chile — 2004 — 120 min.) Direção: Andrés Wood. Com: Matias Quer, Ariel Mateluna, Manuela Martelli, Aline Küppenheim, Federico Luppi, Ernesto Malbran, Tamara Acosta, Francisco Reyes, Alejandro Trejo, Hector Alterio

Sinopse:
Chile, 1973. Gonzalo Infante e Pedro Machuca são dois garotos de 11 anos que vivem em Santiago. O primeiro, num bairro chique. O segundo, num humilde povoado ilegal próximo. Dois mundos separados por uma muralha invisível que alguns sonham derrubar, com a intenção de construir uma sociedade mais justa. Um desses sonhadores é o Padre McEnroe, diretor de um colégio particular de elite. Com a ajuda de outros padres, ele decide fazer uma integração entre os dois universos, abrindo as portas do colégio para os filhos das famílias do povoado. É assim que Pedro Machuca vai parar na mesma sala que Gonzalo Infante, nascendo daí uma amizade plena de descobertas e surpresas, apesar do clima de enfrentamento que vive a sociedade chilena na violenta transição de Allende para Pinochet. 

Dia 14 — “Pachamama” (“Pachamama” — Brasil — 2008 — 106 min.) Documentário. Direçâo: Eryk Rocha

Sinopse:

“Pachamama” (a deidade Mãe Terra, em quíchua) é um mergulho no coração da cultura incaica, registrando imagens e depoimentos de indígenas das regiões amazônica e andina do Peru e da Bolívia. Durante 30 dias, o diretor e um grupo de três historiadores (entre eles, Francisco Carlos Teixeira) e um cientista político, João Carlos Nogueira, ouviram relatos de integrantes de povos que pela primeira vez na história da América Latina estão tendo representatividade política. O retrato que o filme exibe da realidade dos descendentes dos incas, porém, foge ao didatismo e evita ser conclusivo. “Pachamama” mostra a fragmentação e mesmo a contradição da imagem que os herdeiros daquela civilização fazem de si próprios, enquanto mostra a paisagem humana formada pelos rostos fortes dos entrevistados e a natureza grandiosa daquelas áreas.

Dia 21 — “Kamchatka” (“Kamchatka” — Argentina — 2002 — 105 min.) Direção: Marcelo Piñeyro. Com: Ricardo Darín, Cecilia Roth, Héctor Alterio, Fernanda Mistral, Tomás Fonzi, Mónica Scapparone, Milton De La Canal, Matías Del Pozo.

Sinopse:
O enredo gira em torno do drama de um casal que, junto com seus dois filhos, é obrigado a se refugiar no campo e mudar seus nomes para fugir da perseguição da ditadura militar que comandou a Argentina entre 1976 e 1983. Nome de uma península real no Leste da Rússia, Kamtchatka, no filme, é um território do jogo que atua como uma explicação sutil da história, cuja trama expõe a ingenuidade e a imaginação de uma criança diante dos problemas do mundo, da iminência de uma vida de fugitivo, da falta de amigos e do medo de perder os pais.

Dia 28 — “Eles não usam black tie” (Brasil — 1981 — 120 min.) Direção: Leon Hirszman. Com: Gianfrancesco Guarnieri, Fernanda Montenegro, Carlos Alberto Riccelli, Bete Mendes, Léila Abramo, Milton Gonçalves, Rafael de Carvalho, Paulo José.

Sinopse:
A trama debruça-se sobre os conflitos, contradições e anseios da classe operária brasileira no fim dos anos 1970, no auge da ditadura militar. Em pólos antagônicos, como alternativa de vida para os trabalhadores, encontram-se a esperança na ação coletiva e a aposta nas saídas individuais. Baseado em peça homônima de Gianfrancesco Guarnieri escrita duas décadas antes, o filme de Leon Hirszman cativou o público e a crítica e recebeu várias premiações, entre as quais se destacam o Grande Prêmio Especial do Júri e o Prêmio da Federação Internacional da Imprensa Cinematográfica (Fipresci) no Festival de Veneza de 1981.