Filme mostra relação entre Fidel e JFK


31/10/2008


A parceria entre a Casa da América Latina e a ABI em uma exibição mensal de filmes na sede da Associação teve como cartaz nesta quinta-feira, 30, o documentário “ZR — O rifle que matou Kennedy”, de Marco Antonio Cury. O filme é baseado no livro homônimo da jornalista Claudia Furiati, que conta ter obtido novas informações sobre o assassinato do Presidente norte-americano junto ao serviço secreto cubano:
— Tanto o filme quanto o livro têm como ponto principal a relação entre as inúmeras tentativas de assassinar Fidel Castro e o assassinato de Kennedy — diz Claudia, que também assina o roteiro do documentário.

O interesse por investigar essa relação surgiu após uma sessão no Cine Roxy, no início dos anos 90:
— Um pouco antes de ir a Cuba, eu assisti ao filme “JFK”, de Oliver Stone, e vi que o assassinato de Kennedy envolvia cubanos que estavam exilados nos EUA, mas a história não deixava claro de que forma se deu essa participação.

Instigada pelo filme, Claudia chegou a Havana disposta, inicialmente, a escrever uma série de artigos sobre o caso, mas acabou ficando 13 meses em Cuba, realizando entrevistas com agentes da espionagem do país e coletando informações nos Arquivos da Divisão de Segurança do Estado, o que gerou material para um livro:
— Manifestei meu interesse a algumas autoridades de lá por meio de amigos, entre os quais Vilma Espín de Castro, Presidente da Federação das Mulheres Cubanas e esposa de Raul Castro. Assim, obtive permissão para pesquisar os arquivos do serviço secreto sobre o caso.

Contra-revolução

 Claudia Furiati

Debruçada sobre pastas, relatórios, fotos, nomes em código e mapas, Claudia concluiu que vários personagens que orquestraram ações contra a revolução cubana e tentaram matar Fidel Castro tiveram participação no assassinato de John Kennedy:
— Trata-se da operação ZR-Rifle, que era integrada por agentes da CIA, da Máfia e de cubanos contra-revolucionários e tinha o objetivo de capacitar pessoas para cometer assassinatos políticos.

Entre todas as versões que tentam explicar o assassinato de Kennedy, a proposta por Claudia Furiati é considerada a mais plausível pelo repórter do Brasil de Fato Nestor Cozzeti, associado da ABI que esteve presente à sessão:
— “ZR — O rifle que matou Kennedy” é um importante documento de jornalismo investigativo, com fontes do serviço secreto cubano que dão indicações, ao longo do filme, de que havia setores da direita norte-americana que consideravam Kennedy um comunista — diz Nestor. — Então, a CIA usou quatro atiradores cubanos anticastristas, que estavam exilados nos EUA, para alvejar Kennedy naquela manhã de 22 de novembro de 63, dizendo aos cubanos que o próximo alvo seria Fidel.