15/09/2017
A Casa da América Latina lembra a trajetória do guerrilheiro Ernesto Che Guevara em solenidade na ABI, nesta quarta-feira, dia 20, a partir das 18h30, com a entrega da medalha Abreu Lima 2017. O filho mais novo do revolucionário socialista, o advogado Ernesto Guevara March, estará recebendo a medalha. Durante o evento, será exibido o filme Diários de Motocicleta, de Walter Moreira Salles. A cerimônia, que recorda os 50 anos de desaparecimento de Che, será realizada no auditório Belisário Souza, no 7º andar da entidade. A Associação Brasileira de Imprensa fica na Rua Araújo Porto Alegre, 71, Centro do Rio.
De acordo com o presidente da Casa da América Latina, Bolívar Meirelles, o objetivo do encontro é também celebrar os dez anos da instituição, que surgiu com objetivo de defender os objetivos dos interesses latino-americanos contra as ações imperialistas. Para Bolívar, é fundamental fazer essa homenagem nesse cenário político atual no Brasil e no mundo.
“A Casa surgiu com foco de integração do Brasil à América Latina. A instituição defende ainda a autonomia latino-americana e os direitos dos povos cubanos. É muito importante, nessa crise política e institucional que acontece no país e nos resto do mundo, em que os direitos dos trabalhadores estão sendo destruídos, a violência aumenta com o crescimento da miséria e o Fascismo também cresce na mesma proporção, que se resgate os princípios de igualdade pregados pelo “comandante” Che Guevara, que juntamente com o líder Fidel Castro, lutaram pela emancipação do povo cubano”.
A mesa debatedora será composta por Ernesto Guevara Filho, pelo presidente da Casa da América Latina Bolívar Meirelles, pelo Conselheiro da Casa Raimundo de Oliveira, pela secretária-geral Valmíria Guida e pelo professor de História Lincoln Penna.
Ernesto Rafael Guevara de La Serna, mais conhecido como Che Guevara, foi um famoso revolucionário socialista do século XX. Argentino, nasceu na cidade de Rosário em 14 de junho de 1928. Faleceu em 9 de outubro de 1967, na aldeia de La Higuera (Bolívia).
A vida de Che Guevara
Nasceu numa família de boas condições sociais. Desde a infância sofreu com a asma e, por recomendação médica, sua família mudou-se para uma região de campo, próxima a cidade de Córdoba (região central da Argentina), que possuía o ar de melhor qualidade.
Desde a adolescência foi incentivado pelos pais a ler livros da biblioteca particular da família. Foi nesta fase que entrou em contato com a literatura socialista (Marx, Engels e Lênin).
Como o negócio da família estava indo mal, resolveu trabalhar ainda com 14 anos de idade. Sem largar os estudos, conseguiu um emprego numa Câmara próxima a cidade de Córdoba.
Em 1946, a família resolveu mudar para a cidade de Bogotá (Colômbia) e Che Guevara começou a cursar Medicina na Universidade. Nesta mesma época, conseguiu um trabalho numa tipografia. Fazia também trabalho voluntário numa instituição de pesquisas sexuais.
Com o final da Segunda Guerra Mundial, começaram os movimentos estudantis de protesto contra o governo populista argentino de Domingo Perón. Guevara participou destes protestos.
Em 1951, na companhia do amigo Alberto Granado, deu início a uma viagem de motocicleta para conhecer a situação política, social e econômica da América Latina. Visitou várias regiões carentes como, por exemplo, minas de cobre, povoados indígenas e leprosários. Ficou impressionado com a miséria e as péssimas condições de vida das camadas mais pobres da sociedade.
No ano de 1953, formou-se médico e retornou para a Argentina. Porém, passou a dedicar-se ao mundo da política. Neste mesmo ano, fez uma nova viagem pela Bolívia, Peru, Panamá, Colômbia, Equador, Costa Rica, El Salvador e Guatemala.
Após a viagem, conheceu Hilda Gadea, e com ela, teve a primeira filha, Hildita.
Entrada na guerrilha
Em 1954, conheceu, no México, Raúl Castro e logo depois o irmão Fidel Castro. Entrou para o grupo revolucionário de Castro, que se instalou na região de Sierra Maestra, em 1957. Pretendiam derrubar o governo de Fulgencio Batista, que era apoiado pelos Estados Unidos, e implantar o socialismo na ilha.
Após a vitória dos revolucionários, em 1959 e a implantação do socialismo em Cuba, Che Guevara tornou-se membro do governo cubano de Fidel Castro, exercendo as funções de embaixador, presidente do Banco Nacional e Ministro da Indústria.
Em 1961, Che visitou o Brasil e foi condecorado, pelo então presidente Jânio Quadros, com a Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul.
Che Guevara acreditava que a revolução socialista, contra o imperialismo comandado pelos Estados Unidos, deveria ser levada para outros países. Lutou no Congo (África) e depois foi para a Bolívia, onde estabeleceu uma base guerrilheira. Pretendia unificar os países da América Latina sob a bandeira do socialismo e invadir a Argentina.
Com pouco conhecimento do território e sem apoio dos camponeses e do partido comunista boliviano, sua luta tornou-se difícil. Foi capturado pelos soldados bolivianos, na selva de La Higuera (Bolívia), em 8 de outubro de 1967. No dia seguinte foi executado.
Diários de Motocicleta
Antes de começar seu último semestre de Medicina, Ernesto “Che” Guevara (Gael García Bernal) viaja com seu amigo Alberto Granado (Rodrigo De la Serna) do Brasil ao Peru de motocicleta. Os dois veem de perto as disparidades da América do Sul, encontrando camponeses pobres e observando a exploração do trabalho por industrialistas ricos. Ao chegar em uma colônia de leprosos no Peru, Ernesto percebe que seus valores haviam mudado.
Frases de Che Guevara
– “O verdadeiro revolucionário é movido por grandes sentimentos de amor.”
– “Há que endurecer-se, mas sem jamais perder a ternura.”
– “A reforma agrária radical é a única forma de dar a terra ao camponês.”
– “A revolução acontece através do homem, mas o homem tem de forjar, dia a dia, o seu espírito revolucionário.”
– “A argila principal de nossa obra é a juventude. Nela depositamos todas as nossas esperanças e a preparamos para receber ideias para moldar o futuro.”
Maiores informações com Valmíria Guida, pelo telefone da Casa da América Latina, que fica na Rua Evaristo da Veiga, 83 – sala 909, Centro do Rio.
Contato: 21-2262-8791