01/06/2010
O jornal O Estado de S.Paulo publicou juntamente com a sua edição desta terça-feira, 1º de junho, o “Relatório de responsabilidade corporativa 2009”. O caderno, que está na sua quinta edição, foi criado para que o Grupo Estado pudesse apresentar aos seus diversos segmentos de públicos todas as medidas adotadas pela empresa para tornar seus processos produtivos e de gestão mais sustentáveis.
Desde que iniciou sua trajetória no Brasil, a imprensa tem sido um dos pilares da democracia da sociedade brasileira, participando ativamente de todos os debates públicos sobre temas que envolvem as demandas mais urgentes da população como um todo. No âmbito corporativo, onde também se incluem as empresas de comunicação, a partir dos anos 90, o termo democracia foi relacionado ao processo de transformações que o mundo vem vivenciando nos âmbitos ambiental, social e econômico.
Em meio a tantas agressões ao meio ambiente, cujo resultado é um número crescente de problemas tanto no campo quanto no perímetro urbano, o planeta entrou em estado de alerta. Isso levou os veículos de comunicação a debaterem e a pautarem com mais freqüência e generosidade de espaço o que se convencionou chamar de “responsabilidade corporativa”. Ou seja, as dimensões sociais e ambientais foram inseridas na estratégia de gestão das empresas.
Com o aumento das discussões sobre o papel da empresas na sustentabilidade do planeta, começaram a surgir na imprensa, principalmente nos jornais e nas revistas, cadernos temáticos e seções especializadas no assunto. Foi exatamente em sintonia com esse movimento que o Grupo Estado — responsável pelos jornais O Estado de S.Paulo e Jornal da Tarde, Rádio Eldorado e TV Estado — passou a elaborar o seu “Relatório de responsabilidade corporativa”.
Segundo seus organizadores, um dos principais objetivos da publicação, é “informar a seus stakeholders (funcionários, leitores, anunciantes, acionistas, fornecedores, Governos, comunidades em que atua a sociedade em geral) a evolução dos indicadores econômicos e ambientais”.
Primeiro passo
No âmbito da mídia, o Grupo Estado foi o pioneiro nesta iniciativa de adotar como prática a produção de um relatório anual de sustentabilidade corporativa. O primeiro passo foi a organização de um Diagnóstico de Sustentabilidade, com base nas diretrizes que a Global Reporting Initiative (GRI) utiliza para a elaboração do seu relatório de responsabilidade social. Em 2008, a partir do diagnóstico, foi criado um Grupo de Trabalho de Sustentabilidade, formado por 13 funcionários e dois fornecedores de serviços.
Para elaborar o Relatório de 2009, a empresa não promoveu uma consulta específica para a escolha dos assuntos que iriam ser abordados neste trabalho. Achou que seria relevante abordar temas como liberdade de expressão, desenvolvimento de novas mídias e transparência e responsabilidade editorial.
O critério de escolha dos assuntos se deu a partir da análise de diversas publicações especializadas em sustentabilidade voltadas para os veículos de mídia, onde figuram estudos das consultorias internacionais Sustainnability e KPMG, da organização Fundación Nuevo Periodismo Iberoamericano e dos indicadores Ethos-ANJ de Responsabilidade Social para o Setor de Jornais.
Segundo o Grupo Estado, as respostas dos indicadores que aparecem no Relatório correspondem ao período entre 1º de janeiro e 31 de dezembro de 2009, com abrangência em todas as unidades de negócios da corporação.
Responsabilidade
A adoção de um mecanismo de avaliação da sua gestão corporativa já deu ao Grupo Estado alguns bons resultados, entre os quais a boa audiência do programa “Pintou Limpeza”, que completou nove anos no ar na Rádio Eldorado, destacando o tema educação ambiental. No jornalismo, em 2008 o Estadão criou o caderno mensal “VidaEt Sustentabilidade”, que depois da nova reformulação gráfica e editorial do jornal foi rebatizado com o título “Planeta”.
Mas como em uma empresa jornalística a sustentabilidade se dá — além das questões social, ambiental e econômica — com a prática do bom jornalismo, o Relatório aponta que no processo de condução do negócio de mídia “independência editorial e ética na prática do jornalismo foram essenciais para o Grupo Estado se tornar, ao longo dos 135 anos da sua história, uma empresa de credibilidade reconhecida por leitores e pelo mercado”.
Como exemplo desse compromisso jornalístico e ético, o Relatório dá como exemplo, na página 9, um artigo sob o título “Calem as máquinas”, no qual cita a censura que foi imposta pela Justiça ao jornal Estadão, por causa da reportagem sobre a operação Boi Barrica, deflagrada pela Polícia Federal, em 2006, que investiga o suposto envolvimento do filho mais velho do Presidente do Senado, Senador José Sarney, com crimes como lavagem de dinheiro, evasão de divisas, formação de quadrilha e tráfico de influência.
O Relatório de Responsabilidade Corporativa 2009 traz ainda um panorama de todas as ações que o Grupo Estado vem adotando para contribuir com uma sociedade socialmente responsável, com base no aprimoramento de gestão de todas as suas plataformas midiáticas. Além disso, a publicação aborda temas importantes para o ambiente da comunicação como o futuro do jornalismo, que envolve o potencial das novas mídias digitais, além da oferta aos seus públicos de um conteúdo mais qualificado do seu produto noticioso.