Entidade denuncia ameaças contra jornalistas que cobriam queda de voo


Por Igor Waltz*

23/07/2014


O Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ) divulgou esta semana um comunicado em que denuncia ameaças e detenções de jornalistas que cobriam a queda do avião malásio MH17, no leste da Ucrânia. Segundo a entidade, desde a última sexta, 18 de julho, separatistas armados prenderam pelo menos dez correspondentes na capital e barraram o acesso dos profissionais na região.

“Esta é uma tragédia internacional. A imprensa de todos os países tem o direito de cobrir”, disse Nina Ognianova, coordenadora do CPJ na Europa e Ásia Central. “Pedimos que permitam à imprensa fazer seu trabalho sem obstáculos”, acrescentou.

Entre os detidos, estão repórteres da BBC, do jornal sueco Dagens Nyheter, do site The Daily Beast, da emissora holandesa Nieuwsuur e da Russia Today. Eles foram levados para o prédio da agência de segurança nacional da Ucrânia e liberados após algumas horas.

Anna Nemtsova, do Daily Beast, relatou a experiência no site e disse que os rebeldes começaram a comparar suas facas na frente dos jornalistas detidos. Um dos rebeldes a informou que ele havia sido ordenado a pegar os profissionais que estavam na região.

O repórter da BBC Kevin Bishop, disse em seu perfil no Twitter que ficou preso durante três horas. “O coronel da Malásia estava conversando com a mídia fora da fábrica Kharkiv, onde os corpos # MH17 estão sendo mantidos”, noticiou em seguida. Já Rudy Bouma, da Nieuwsuur, relatou que foi forçado por separatistas a apagar as imagens que registrou.

O avião da Malaysia Airlines MH17 viajava de Amsterdã, na Holanda, para Kuala Lumpur, na Malásia, com 298 pessoas a bordo e caiu próximo à fronteira entre Ucrânia e Rússia. Todos morreram. Em março deste ano, outro Boeing da mesma empresa desapareceu no Oceano Índico.

*Com informações do Portal Imprensa.