Emoção na festa do Prêmio João Saldanha


29/03/2011


 
Em noite repleta de homenagens, a primeira edição do Prêmio João Saldanha de Jornalismo Esportivo reuniu nesta segunda-feira, 28 de março, jovens talentos e profissionais consagrados da crônica esportiva. A premiação é uma iniciativa da Associação dos Cronistas Esportivos do Rio de Janeiro (Acerj) em parceria com a ABI.
 
Antes do início da nomeação dos vencedores em cada uma das seis categorias, os apresentadores José Ilan (globoesporte.com) e Evelyn Moraes (R7) lembraram da importância de João Saldanha para o futebol brasileiro, para o Jornalismo Esportivo e também sua militância política. Foi exibido ainda um breve filme sobre a vida do ex-cronista.
 
O Presidente da Acerj, Eraldo Leite, falou sobre o objetivo e importância do Prêmio:
 
 — Havia uma lacuna que estamos tentando preencher. Reverenciar o jornalista que trabalha o ano inteiro, que trabalha muito, e não há um reconhecimento. Claro que cada um tem seu valor profissional reconhecido mais ou menos pela sua empresa, mas faltava aquele reconhecimento público de uma grande festa. A idéia do Prêmio é exatamente essa, reconhecer o valor do trabalho realizado ao longo de um ano pelos jornalistas.
 
O Presidente da ABI Maurício Azêdo esteve presente no evento, e destacou a importância da homenagem a João Saldanha:
 
— O Prêmio João Saldanha de Jornalismo Esportivo é, antes de tudo, uma grande homenagem a esse extraordinário profissional e militante social que foi João Saldanha. Em boa hora, a Associação dos Cronistas Esportivos do Rio de Janeiro propôs à ABI que se organizasse esse concurso como homenagem ao João Saldanha, e também como uma forma de elevar a qualidade já em si muito alta do Jornalismo Esportivo na cidade do Rio de Janeiro, e a ABI recebeu essa proposta com maior entusiasmo e quer felicitar a ACERJ pelo resultado visível aqui nessa bela festa.  
 
Ainda sobre a escolha do nome da premiação, Maurício acrescentou:
 
— Na verdade não foi uma escolha minha, foi uma convergência de idéias, quando se discutiu a instituição de um prêmio de Jornalismo esportivo, e nós chegamos por consenso à idéia que a melhor forma de dar uma denominação ao Prêmio seria homenageando o João Saldanha, pelo que ele representou no Jornalismo Esportivo, na vida cultural e na vida social do País.
 
 
Qualificação
 
Um dos apresentadores do evento, José Ilan, jornalista do Globoesporte.com, ressaltou as virtudes que um bom jornalista esportivo hoje deve ter para ser um bom profissional:
 
— Acho que esse caminho de volta da segmentação é uma obrigatoriedade, ou seja, cada vez mais todos têm que saber falar sobre tudo, e isso enriquece o conteúdo de qualquer profissional. Quem fica restrito apenas ao Jornalismo Esportivo, a saber falar apenas de um jogo de futebol, por exemplo, na minha opinião está com os dias contados. 
 
Eraldo Leite salientou a capacidade multimídia que os jornalistas de hoje precisam ter, e a necessidade constante de renovação:
 
— O jornalista tem que se preparar muito mais hoje, tem que estar muito mais antenado com a realidade, além de ter que ser multimídia. Quem trabalha em rádio hoje não faz simplesmente uma entrevista com microfone de rádio, com um gravador, ele tem que saber manusear o computador, os programas de computação, saber fotografar, tem que ser um pouco de tudo.
 
Premiados
 
O jornalista e radialista Fábio Azevedo, um dos jurados na categoria Rádio, falou sobre a dificuldade de selecionar os melhores trabalhos:
 
— Difícil é julgar porque foram trabalhos muito legais, e todos são muito bons, muita gente boa mandou trabalho. Senti falta de outros, por que eu acho que a gente tinha que abraçar um pouco mais, a imprensa mesmo tinha que abraçar um pouquinho mais esse prêmio, que é bacana é um reconhecimento do nosso trabalho, é o trabalho diário e árduo do jornalista.
 
Para cada uma das seis categorias foi nomeado um padrinho para entregar o prêmio nas mãos do vencedor. Na categoria “Site”, o Secretário de Comunicação do Estado do Rio de Janeiro Ricardo Cota, lembrou da importância da ABI, e exaltou o “grande democrata Maurício Azêdo”.
 
Nomeado padrinho na categoria TV, Maurício falou em seu discurso sobre a importância da questão social, abordada por um dos candidatos da categoria, e a parceria com a Acerj:
 
— Gostaria de dar uma saudação especial ao nosso companheiro Carlos Ferreira pelo seu desempenho profissional, seu engajamento com forte teor social nas questões do esporte, que é raro e não freqüente na cobertura esportiva, e dirigir uma saudação especial ao presidente da Associação dos Cronistas Esportivos do Estado do Rio de Janeiro, nosso companheiro Eraldo Leite.   
 
Maurício reafirmou a importância do Prêmio como valorização da crônica esportiva e elogiou mais uma vez a iniciativa do Presidente da Acerj, Eraldo Leite:
 
— Quero dizer que realmente essa festa é um momento muito forte de valorização da crônica esportiva, da cobertura esportiva, das entidades representativas dos profissionais como a Acerj e a ABI, e isto se deve ao despojamento e ao idealismo e à capacidade de trabalho de Eraldo Leite. E o nosso dever é fazer esse registro de uma forma muito enfática, porque a ABI foi homenageada por ele ao ser convidada para co-patrocinar este grande Prêmio do Jornalismo Esportivo. Parabéns Eraldo.
 
Emoção
 
O evento seguiu com momentos marcantes, como o discurso emocionado do repórter Rafael Marques, da Rádio Globo, após vencer o prêmio na categoria “Rádio”. Posteriormente, o Presidente da Acerj, Eraldo Leite, recebeu um inesperado Prêmio por todo seu trabalho e dedicação ao Jornalismo Esportivo.
 
O momento mais esperado da noite, a entrega do Grande Prêmio João Saldanha de Jornalismo Esportivo, no qual concorreram os vencedores de cada categoria. O premiado foi Cahê Mota, jornalista do site globoesporte.com, autor da série de reportagens “Goleiro Bruno”. O jovem jornalista contou sobre a emoção de concorrer ao lado de grandes nomes do Jornalismo:
 
— É complicado falar, porque na minha categoria eu até esperava, agora esse prêmio geral jamais ia imaginar. Quando que eu, há 4 anos lá em Campos, meio desiludido da carreira imaginaria participar de um Prêmio com Tino Marcos, Pedro Mota Gueiros, Rafael Marques, pessoas que além de grandes referências, são amigas que me receberam muito bem aqui. Só posso agradecer e ter a certeza que estou no caminho certo.
 
Cahê falou também sobre como foi o trabalho de apuração da série de reportagens vencedora do concurso:
 
— Eu já tinha ido em 2008 no mesmo lugar, na mesma favela, com as mesmas pessoas para falar sobre o Bruno ídolo, o Bruno herói. E voltar lá diante de tudo aquilo que aconteceu, foi complicado psicologicamente. Eu não fiz pensando em prêmio, fiz pensando em dar o máximo por que sabia que era um caso que marcou história, como o Dr. Horta falou, daqui a 50 anos, vão buscar no Google a história do Bruno, e eu contei. E eu acho que isso vale tanto quanto um prêmio.
 
Veja abaixo a lista completa dos vencedores:
 
Interior:  /U>
 
1º lugar –  Aluyisio Abreu Barbosa (Folha da Manhã, de Campos) – autor da reportagem “Galo que canta a arte do futebol”
 
2º lugar –  Leonardo Borges Neves Soares (Jornal Na Jogada, Região dos Lagos) — autor da reportagem “Um sonho dos esportistas”
 
3º lugar –  Zé Roberto (Três Rios) – autor do livro “Crônicas de um (ex) jogador”
 
 
B>Site
 
1º lugar – Cahê Mota (Globoesporte.Com) — autor da série de reportagens “Goleiro Bruno”
 
2º lugar – Eduardo Peixoto (Globoesporte.Com) — autor da reportagem “Emerson sem censura”
 
3º lugar – Vinícius Castro (UOL) — autor da reportagem “Patrícia Amorim: existe um terrorismo contra o Zico dentro do Flamengo” 
 
 
Literatura
 
1º lugar – Péris Ribeiro — autor do livro “Didi, o gênio da folha seca”
 
2º lugar – Carlos Ferreira Vilarinho — autor do livro “Quem derrubou João Saldanha”
 
3º lugar – Alexandre Mesquita e Jefferson Almeida — autores do livro “Um expresso chamado vitória”  
 
 
Rádio
 
1º lugar – Rafael Marques (Rádio Globo) — autor da reportagem “Jogo às 8h”
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2º lugar – Thayssa Bravo e Roberto Lioi (Rádio CBN) — autores da reportagem “Pelé 70 anos”
 
3º lugar – Marcelo Figueiredo (Rádio Brasil/LBV) — autor da reportagem “Jóbson”
 
Televisão
 
1º lugar – Tino Marcos (TV Globo) — autor da série de reportagem “Os convocados da Copa 2010
 
2º lugar – Carlos Ferreira (TV Record) — autor da reportagem “Ferramenta de inclusão na nova realidade do carioca”
 
3º lugar – Carlos Ferreira (TV Record) –  “Brasil e Haiti: nações unidas por uma paixão”  
 
Jornal e revista
 
1º lugar – Pedro Motta Gueiros (O Globo) — autor da reportagem “No coração do Brasil”
 
2º lugar – Michel Castelar (LANCE!) — autor da reportagem “Lucros da Copa 2014 nas mãos de Ricardo Teixeira”  
 
3º lugar – Ary Cunha (O Globo) — autor da reportagem “Mafalala, a terra do carrasco de 66” 

* Renan Castro é estagiário do ABI Online.