Em defesa do isolamento social, da saúde e da vida


02/07/2020


Um manifesto “Em defesa da vida no Distrito Federal e no Brasil” foi divulgado hoje, em Brasília, com mais de 250 assinaturas iniciais, entre elas a dos ex-governadores Cristovam Buarque e Rodrigo Rollemberg, do senador José Antonio Reguffe, de seis deputados e de dirigentes de várias entidades, entre elas a ABI, representada por seu diretor na capital federal, Hélio Doyle. O texto, para adesões, está em www.manifestopelavidadf.com.br.

O manifesto expressa a “indignação e revolta” da sociedade civil brasiliense “diante do comportamento que o governador Ibaneis Rocha e o governo do Distrito Federal vêm tendo diante da pandemia que assola nosso país e nossa cidade”. O texto atribui “indiscutivelmente” ao presidente Bolsonaro “a maior responsabilidade pela tragédia que estamos vivendo”, mas mostra os inúmeros erros cometidos pelo governador, que “aderiu à tese genocida de que não importam as vidas perdidas e as sequelas adquiridas na contaminação se há leitos para receber os doentes e as atividades econômicas são retomadas”.

Ibaneis chegou a dizer que a covid-19 deve ser enfrentada como uma gripe e está reabrindo todas as atividades, inclusive as escolas, em um momento em que aumentam os casos e as mortes. Ao mesmo tempo, paradoxalmente, decretou estado de calamidade pública. Além disso, diz o manifesto, “o governo mente ao aumentar o número de UTIs disponíveis” e não assegura aos profissionais de saúde as condições de trabalho necessárias.

“Há também fundadas dúvidas quanto à veracidade das informações prestadas pelo governo e à correção dos gastos com compras emergenciais e instalação de hospitais de campanha”, assim como quanto à “eficácia duvidosa dos testes sorológicos contratados sem licitação e aplicados indiscriminadamente”. Além disso, em vez de campanhas educativas e informativas sobre a pandemia, o governo de Brasília difundiu propagandas de obras realizadas.
Os signatários dizem que o manifesto é “em defesa do isolamento social, da saúde a e da vida, que não podem estar sujeitas a atitudes que desprezam a ciência e servem a interesses políticos e econômicos”.