Edição pós-atentado da Charlie Hebdo chega às livrarias do Brasil


Por Igor Waltz*

21/01/2015


Na próxima segunda-feira, 25 de janeiro, chega ao Brasil a primeira edição após o atentado à sede da Charlie Hebdo. A revista vendeu cerca de cinco milhões de exemplares na França e chegou a se esgotar em poucos minutos em algumas bancas de Paris. A publicação, que chega ao País distribuído pela Abril, publicou em sua capa uma imagem do profeta Maomé dizendo “Eu sou Charlie” e “Tudo está perdoado, o que gerou novos protestos violentos ao redor do mundo.

Os 10 mil exemplares da edição em francês serão vendidos por R$ 29,90 em livrarias e bancas de jornal de São Paulo, Rio de Janeiro e outras 15 capitais. Em comunicado divulgado pela Dinap, braço de distribuição da Abril, o diretor geral Bruno Tortorello conta que muitos pontos de venda no país foram questionados por clientes procurando um exemplar do jornal satírico. “Os brasileiros estão cada vez mais engajados e, com a chegada da edição histórica do Charlie Hebdo, terão acesso a esta grande mobilização mundial pela liberdade de expressão.”

A edição especial também estará à venda em outros 30 países, com tiragem internacional de 130 mil exemplares. Na França, a tiragem chegou a sete milhões.

Críticas

Líderes muçulmanos ao redor do mundo criticaram o que consideram uma nova provocação do periódico. Manifestações contrárias à última edição da Charlie Hebdo começaram no Paquistão e se espalharam rapidamente para a Turquia e para o Oriente Médio. No Níger, país do Norte da África, dez pessoas morreram e igrejas cristãs foram incendiadas no último domingo, 18 de janeiro.

Os ataques contra a sede da publicação e contra um mercado judaico, em Paris, entre os dias 7  e 9 de janeiro, deixaram 19 mortos, foi reivindicado pela Al-Qaeda no Iêmen, que atribuiu a ação a uma ‘vingança’ pelas caricaturas do profeta Maomé.