Depois de repórter, editora do Congresso em Foco é ameaçada de estupro e de morte


06/06/2022


“Eu vou te matar, sua vagabunda. Vou enfiar meu pau nesse bumbum guloso, de um jeito ou de outro. Achei quatro falhas em criptografias militares, infinitamente dez vezes mais fortes que a do Pentágono. Eu já tenho seus dados e os dados de toda sua família. Viajarei até sua casa com a arma que estou enviando a foto em anexo, tenho 200 balas, assim fazer a festa no seu cafofo e provavelmente morrer em um belo confronto com a polícia depois de estuprar você e todas as crianças presentes.”

O trecho acima faz parte da mensagem enviada à jornalista Vanessa Lippelt, editora do Congresso em Foco, na noite de domingo (5). O texto, com a foto de uma arma que, segundo o autor, seria usada no assassinato da jornalista, foi encaminhado ao e-mail da redação do site. A mensagem foi entregue nesta segunda-feira (6) por Vanessa ao Departamento de Polícia Especializada, da Polícia Civil do Distrito Federal.

A editora é a segunda integrante da equipe do Congresso em Foco a receber ameaça de morte após a publicação de uma reportagem sobre as táticas do 1500chan, um fórum anônimo, para produzir fake news em favor do presidente Jair Bolsonaro (PL). O autor da matéria, Lucas Neiva, foi o primeiro a ser ameaçado, ainda no sábado (4), após a matéria ser publicada. Os dois jornalistas também tiveram dados pessoais vazados na plataforma.

O autor do e-mail encaminhado à redação cita CPF e CEP de Vanessa. A mensagem foi assinada por uma pessoa que indicou um endereço em Curitiba como se fosse o da sua residência, além de um nome completo. “Pode denunciar e mandar me buscarem. Quando chegarem aqui, já estarei bem longe, a caminho da sua casa”, escreveu a pessoa em tom de desafio.

Entidades representativas do jornalismo e parlamentares repudiaram as ameaças aos jornalistas do Congresso em Foco. A Associação Brasileira de Imprensa (ABI) vai solicitar ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que apure as denúncias feitas pela reportagem. A Comissão de Direitos Humanos e Minorias do Senado também anunciou que vai investigar o caso