Comissão da Verdade vai visitar Vila Militar, no Rio


Por Igor Waltz*

17/01/2014


Depois da visita às dependências do antigo DOI-Codi, no bairro da Tijuca, a Comissão Nacional da Verdade promove na quinta-feira, 23 de janeiro, uma visita à antiga unidade da Polícia do Exército na Vila Militar de Deodoro, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. No dia seguinte, será realizada uma audiência pública no auditório do Arquivo Nacional para apurar casos de morte e tortura na Vila.

A audiência pretende investigar as mortes como as de Severino Viana Colou, sargento da Polícia Militar do antigo Estado da Guanabara, e do estudante de medicina Chael Charles Schreier, de 23 anos, ocorridas no local em maio e novembro de 1969, respectivamente.

Seis testemunhas prestarão depoimento, entre eles o professor Amílcar Baiardi, que militava na VAR-Palmares, a organização da qual participava o jornalista Antonio Roberto Espinosa, preso com Schreier e Maria Auxiliadora Lara Barcelos, que suicidou-se no exílio, na Alemanha, em 1976, em virtude dos traumas decorrentes da tortura e dos abusos sexuais sofridos.

Também testemunharão o ex-deputado federal Luiz Antonio Medeiros, o cineasta Silvio Da-Rin, diretor do documentário “Hércules 56”, o ex-militante político José Delce Ribeiro Façanha e o advogado Francisco Celso Calmon, integrante do Fórum Direito à Memória e à Verdade do Espírito Santo.

A Comissão Nacional da Verdade convocou agentes da repressão envolvidos com as mortes e torturas ocorridas na Vila Militar para prestarem depoimento na audiência. Entre eles está o bicheiro Aílton Guimarães, na época capitão do Exército, é um dos acusados de torturar Chael Charles.

Serviço

Diligência de reconhecimento da Vila Militar do Rio

Quando: 23 de janeiro de 2014, quinta-feira
Horário: 13h00

Audiência Pública sobre tortura e mortes na Polícia do Exército da Vila Militar

Quando: 24 de janeiro de 2014, sexta-feira
Horário: 10h00
Local: Auditório do Arquivo Nacional
Endereço: Praça da República, 173, Centro, Rio de Janeiro

* Com informações da Comissão Nacional da Verdade e do jornal O Globo.