Cinema


06/05/2005


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“Em 2006, fiz uma entrevista com João Jardim, jornalista, sobre o seu trabalho ‘Pro dia nascer feliz’, documentário sensível que retrata o estado da educação em alguns cantos do Brasil. Os depoimentos são de jovens do ensino médio e de professores de diferentes regiões: Manari, em Pernambuco; Duque de Caxias, no Rio de Janeiro; o rico bairro do Alto de Pinheiros, em São Paulo, e Itaquaquecetuba, a 50 km do Centro da capital paulista. Alunos e mestres relatam as expectativas e dificuldades para ensinar e aprender. É difícil, por exemplo, não se encantar com a pernambucana Valéria, de 16 anos, que recita poesias e transmite uma garra incrível. João Jardim define o trabalho como ‘um diário de observação do adolescente no Brasil em seis escolas’. Qualquer boa locadora tem o filme e vale a pena assistir.”

Thiago Domenici, jornalista, autor do blog http://notarodape.blogspot.com

“Uma boa pedida para os amantes do cinema de ação e de efeitos especiais de ponta é ‘Quantum of solace’. Dirigido por Marc Forster, o 22º filme da franquia James Bond dá seqüência a ‘Cassino Royale’ (2006) e traz o britânico Daniel Craig pela segunda vez na pele do espião. Fiel à nova roupagem, o agente secreto abandona de uma vez por todas o sarcasmo e a elegância e apresenta um estilo meio ‘jasonbourniano’ de ser. Destaque para a cena inicial, que presenteia o espectador com uma eletrizante perseguição automobilística, da qual o protagonista sai ileso, claro. E fica aqui o protesto contra a supressão da famosa assinatura: ‘My name is Bond, James Bond.’ Acho que é porque talvez soasse melhor: ‘My name is Bourne, Jason Bourne.’”

Maria Cláudia Lucena, repórter

“Se você gosta de filmes de terror, não deixe de ver ‘O nevoeiro’ (‘The mist’). Aliás, mesmo o gênero não sendo o seu favorito, vale conferir. A direção e os desempenhos são ótimos, o roteiro é bem amarrado, com uma explicação viável, e o final, surpreendente. Enfim, é um ‘classe A’ — o que só por si já é interessante, se considerarmos que histórias de terror são as que mais rendem filmecos de última categoria.”

Vanda Vasconcellos

“Com sua história que fala sobre solidão e solidariedade humana — um tema universal que extrapola das religiões, etnias e costumes — ‘A banda’ merece ser visto. Entre outras coisas, ele nos lembra que o que nos diferencia dos outros animais é essa capacidade que temos de resolver problemas, adaptando-nos às condições ambientais que se apresentam. Trata-se de um filme com roteiro enxuto, que fala da condição humana sem pieguice.”

Gil Castelo Branco, assessor de imprensa

“Nada melhor que um bom filme despretensioso para trazer um pouco de alegria à gente. Por isso recomendo ‘Mamma mia’, um delicioso musical, com a super Meryl Streep, que mais uma vez prova ser uma excelente atriz, embora não precise provar mais nada. O filme conta a história de uma adolescente que resolve descobrir quem é seu verdadeiro pai e, escondida da mãe, resolve convidar para o seu casamento os três possíveis candidatos. Entre confusões, romance, comédia e muita música do ABBA — entre elas, ‘Dancing queen’, ‘Our last summer’ e ‘Gimme gimme gimme’ —, a jovem passa por descobertas que mudarão sua vida e a de sua mãe. É impossível assistir a ‘Mamma mia’ sem cantarolar e dar risadas junto com o elenco — e muito improvável que você chegue ao fim da fita de mau humor; aliás, é mais provável que você fique tão animado que decida sair para dançar por aí.”

Romulo Araújo, diagramador

“A dica vai para ‘O nevoeiro’ (‘The mist’), que estreou nas telas por aqui em agosto e já deve estar saindo em DVD. O filme alia terror com ficção, é baseado na obra do mestre do horror Stephen King e mostra um misterioso nevoeiro que toma conta de uma pequena localidade do interior dos EUA, após uma violenta tempestade. Pessoas ficam presas num mercado e, sem qualquer contato com o mundo exterior, terminam por descobrir que o nevoeiro esconde algo mortal. A abordagem do gênero ficcional é bem criativa e tem um final surpreendente e em total contraste com o trivial jeito heróico norte-americano de lidar com situações de perigo. Vale uma olhada.”
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Wagner Fonseca Lima, autor dos livros “Violência corporativa e assédio moral” e “Saudações olarienses: cartas para Michael Moore”

“Enquanto se dedica aos preparativos para se tornar um astronauta, um menino de 8 anos conduz nossa emoção à Lua, com sua mistura tão particular de doçura e astúcia. Assim é Valentin, o protagonista do filme argentino que leva seu nome, baseado na vida do diretor Alejandro Agresti. Digno representante da filmografia hermana que, ultimamente, vem sendo bastante reverenciada,’Valentin’, na sua versão em DVD, é um prato cheio para se combater a lei da gravidade diária, levando o astral da gente lá pra cima, com muita delicadeza e bom humor.”

Simone Melamed, jornalista e roteirista

“Na verdade, esta dica é da minha filha de 16 anos, que não tem a menor pretensão de ser jornalista, mas edita uma página no jornalzinho da escola. Ela é louca por cinema e garante: em tempos de ‘Batman, O Cavaleiro das Trevas’ e em que nem todo filme inspirado em HQ parece digno de uma ida ao cinema, ‘O procurado’(‘Wanted’, no original) mostra que, apesar de o morcego ser imbatível nas bilheterias, outra trama de ação saída dos quadrinhos pode ser tão bom quanto ele. Protagonizado pelo talentoso britânico James McAvoy e por Angelina Jolie, o filme conta a história de Wesley, um contador entediado com sua rotina que tem a vida radicalmente mudada quando encontra Fox. São duas horas de puro entretenimento e a trilha sonora é do tipo arrasa-quarteirão!”

Sergio I. Távora, assessor de Comunicação

“IM-PER-DÍ-VEL o maravilhoso ‘Mamma mia’, que, com certeza, é a grande surpresa da temporada. O musical — leve, irreverente, colorido, inteligente — tem canções — lindas! — do grupo ABBA; cenário estonteante — uma ilha grega com um mar azul-turquesa de cartão postal que é pano de fundo da maioria das cenas —; figurino de encher os olhos — estilo flower power da década de 70 —; coreografia alegre e elenco afinadésimo. É daqueles filmes que fazem a gente sentir vontade de sair dançando por aí e achar que a vida vale a pena!”

Ana Lúcia Rangel, jornalista, professora e consultora de Comunicação

“Recomendo aos colegas assistir ao belo filme ‘Longe dela’, que aborda o sensível tema do mal de Alzheimer. Um casal enfrenta a dura realidade ao constatar que um dos dois está com a doença e precisa aprender a conviver com uma série de dificuldades dela decorrentes. É emocionante e terno. Vale muito a pena ver.”

Thales Maciel, assessor de imprensa

“O filme ‘Efeito dominó’ é muito bem amarrado e com boas atuações, especialmente de Jason Statham (foto). Com isso, o que poderia ser apenas mais uma película sobre assalto se torna um suspense bem interessante. E o melhor de tudo: é inspirado em fatos reais, mas não os segue muito à risca, já que o roteiro mescla diferentes momentos históricos. Situada no ano de 1971, a história mostra ladrões mequetrefes que resolvem executar um plano ambicioso: roubar um banco na Baker Street, em Londres, durante um fim de semana. O desleixado bando não sabe absolutamente nada de roubo de bancos, o que traz para o roteiro algum alívio cômico, sem descambar para a comédia. A partir desse pano de fundo, temos uma trama com suspense do início ao fim e com ótimo desenvolvimento de personagens. Sem ser um filme inesquecível, é um ótimo divertimento para adultos.”

Milan Moraes Benes, estagiário

“Já está disponível em DVD e na TV paga ‘À procura da felicidade’, em que Will Smith tem uma das melhores atuações de sua carreira, e num papel dramático. Mais conhecido pelas comédias, ele mostra concentração e competência, provando ser um dos atores mais versáteis da atualidade. Will vive Chris Gardner, um cidadão norte-americano que passa por uma crise financeira e, por isso, perde sua esposa. Por seu filho, porém, ele dá a volta por cima numa história emocionante com um roteiro fabuloso. Sem uma superprodução, o filme ganha por aí, no desenvolvimento da trama, que se passa na década de 80 e mostra o drama de um pai desempregado e desesperado para criar seu filho da melhor forma possível durante os seis meses de um estágio não-remunerado que podem lhe garantir efetivação em novo emprego.”

Elder Mota, estagiário

“O agente 86 da TV todos conhecem. Adaptado e atualizado para o cinema, Max Smart (Steve Carell) vira um analista da organização Controle que, após um ataque à sede, é promovido a agente de campo (número 86, claro) e, com a colega 99 (Anne Hathaway), tenta desvendar os planos da inimiga Kaos. O humor do ex-‘Virgem de 40 anos’ já é conhecido: sarcástico e dissimulado. Nas tiradas verbais e no visual, nota-se a presença do consultor Mel Brooks, criador do original. A tentativa de recriar de forma contemporânea a antiga série de sucesso soa simpática. Com destaque para a participação especial de Bill Murray, que sempre arranca risos e sorrisos só de mostrar seu semblante canalha.”

Rodolpho Terra, estagiário

“Se você perdeu ‘A culpa é do Fidel’ no cinema, não deixe de ver em DVD. Para quem viveu a década de 70 — e até mesmo para quem não viveu — é um relato emocionante narrado do ponto de vista de duas crianças. A direção é de Julie Gavras, filha do famoso cineasta Costa Gavras.”

Bia Bansen, da Bansen Associados Comunicação

“Um dos melhores filmes atualmente em cartaz é ‘Hancock’, a história de um super-herói que vive bêbado. Por conta disso, ele é um tanto desastrado e acaba sendo muito malvisto pela população — sendo que, com a ajuda da imprensa, sua imagem piora cada vez mais. Até que surge um profissional de relações públicas para ajudá-lo a melhorar a situação, uma espécie de midia trainer que faz com que o personagem mude totalmente seu jeito de ser. O resto, só conferindo na tela. É garantia de diversão, e conta com grande elenco, a começar por Will Smith na pele do herói trapalhão.”

Marcelo Peredo, colaborador do site jornalístico www.oestadorj.com.br

“Um grande mal assola um reino e apenas um homem pode acabar com ele. Pois é… Se o roteiro de ‘A lenda de Beowulf’ não apresenta nenhuma novidade, a narrativa é boa o tempo todo, sem momentos mornos e com cenas de ação excelentes. A luta final, que coloca o herói contra um dragão, é linda e emocionante. Já que falamos na beleza, o visual todo é digno de nota. ‘Beowulf’ é uma animação em computação gráfica, com design bem realista, feita sobre atores de verdade. Embora a direção de arte seja sempre primorosa, muitas vezes a técnica se mostra um tanto irregular. Em muitos momentos, você jura que está vendo um filme ‘em carne e osso’; às vezes, porém, a película fica mais artificial do que videogame. Mas trata-se de um bom filme — que, definitivamente não é para crianças, já que tem várias cenas de violência explícita e muitas referências sexuais. E já está passando na TV paga.”

Milan Moraes Benes, estagiário

“Johnny Depp já teve de fato muitos papéis excêntricos e charmosos, Sweeney Todd, o barbeiro demoníaco da Rua Fleet, poderia ser apenas mais outro. No entanto, entre as ruas de uma Londres suja e obscura, ele canta como se não fosse um assassino em busca de vingança. A parceria entre Depp e Tim Burton, diretor, sempre soa como um filme memorável desde ‘Edward Mãos-de-Tesoura’. A magia e o estilo de ambos são notáveis em cada cena do musical, inconfundíveis. Só não é aconselhável para os que não simpatizam com o gênero — afinal, o filme é baseado num sucesso da Broadway. Quem curte vai adorar o contraste da cantoria contagiante com a sede de vingança macabra, ambientada em clima noir.”

Rodolpho Terra, estagiário

“Ultimamente não tenho saído muito. Então, minha dica é reunir a família, em casa, preparar um lanche bem gostoso e assistir a ‘Desafiando gigantes’. O filme fala sobre um treinador de futebol de um time escolar para quem, nos últimos seis anos, as coisas não estão indo muito bem. Além de enfrentar dificuldades na profissão, sua vida familiar está abalada pelo fato de ele só ter 5% de chances de ser pai e sua esposa ser louca para ter um filho. Até ele perceber que podemos fazer mais… É lindo!”

Sônia Cristina Carvalho, assessora de Comunicação Social do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro

“Recomendo o documentário mais recente do brilhante cineasta carioca Silvio Tendler, ‘Encontro com Milton Santos, ou O mundo global visto do lado de cá’. Além de mostrar a última entrevista do mestre Milton Santos — que todos deveriam ler, reler e indicar —, o filme faz uma abordagem interessante sobre o globalização. O geógrafo, falecido em 2001, se intitula um otimista e diz que, apesar de complicado, o mundo futuro será melhor, pois só agora estamos vivenciando os primeiros ensaios do que será a humanidade. É imperdível. Já vi quatro vezes.”

Thiago Domenici, secretário de Redação e editor do site da revista Caros Amigos

“Indico ‘Compromisso precioso’, que mostra a importância do bom relacionamento entre um casal e como o amor e a fidelidade juntos são capazes de nos levar ao objetivo maior do casamento: um fazer o outro feliz. O filme já pode ser encontrado nas locadoras.”

Sargento BM Santos Silva, da Assessoria de Comunicação do Corpo de Bombeiros

Quem quiser rir um bocado, vá correndo assistir a ‘Morte no funeral’. Uma co-produção EUA/Holanda/Alemanha, a fita não conta com artistas famosos, mas é diferente e divertida. No Rio, há pouco tempo estava em cartaz em apenas um cinema e um horário: 16h10. Porém, já pode ser encontrada também em DVD, garantindo diversão no sofá da sala.”

Tilde de Oliveira

Sei que o filme já deve estar quase saindo de cartaz, mas só posso dizer: corra, vá ver ‘Piaf’. A fabulosa cantora francesa teve uma vida de cortar o coração e a produção mostra sua trágica, curta e gloriosa trajetória com sensibilidade. A gente sai com vontade de ter vivido naquela época e de colocar Piaf no colo. Lindo!”

Claudia Holanda, cantora e jornalista

“Clássico da literatura mundial, ‘O sol é para todos’ foi traduzido para mais de 40 idiomas, além de ter sido retratado no cinema. Harper Lee, conhecida como a melhor amiga de Truman Capote, escreve a história de duas crianças que testemunham a ignorância e o preconceito, em toda a sua essência, no início dos anos 1930. Personagens cativantes, cenário conturbado e muita emoção são alguns dos ingredientes deste romance que se tornou um dos mais adorados de todos os tempos. Vale a pena lê-lo e também pegar o DVD para assistir à adaptação da obra, vencedora do Pulitzer, feita pelo diretor Robert Mulligan, com Gregory Peck à frente do elenco.”

Juliana Maciel Barreto, jornalista do Departamento de Assuntos Corporativos da Souza Cruz S.A.

“Acho muito legal a caixa com quatro DVDs de ‘O poderoso chefão’, de Francis Ford Coppola, que foi lançada no fim do ano passado. Além dos três filmes da saga, a caixa traz um DVD extra com comentários sobre as filmagens. Todo mundo que aprecia bons filmes deve ter uma.”

Ana Paula Goulart, jornalista e professora titular da Escola de Comunicação da UFRJ (ECO)

“O filme “Piaf, um hino ao amor”, de Olivier Dahan, é um filme belíssimo e que nos leva às lágrimas por causa da paixão. Está em cartaz no Museu da República (Catete). França, Reino Unido e República Tcheca dividem a produção dessa belíssima fita biográfica de Edith Piaf.”

Ilma Martins, jornalista

“Para cinéfilos que curtem o gênero ‘drama político’, ‘Leões e cordeiros’, de Robert Redford, é um filme espetacular. O longa gira em torno das discussões sobre a invasão norte-americana ao Afeganistão. O mais interessante é que suscita um debate sobre o papel da mídia, dos políticos e também da população em relação ao envolvimento dos EUA no conflito. O elenco é um trunfo à parte e as atuações de Meryl Streep e Redford são um grande destaque. Definitivamente, é um longa feito para conscientizar o público sobre as falácias dos defensores de uma política bélica. Com a crise de criatividade que assola Hollywood nos últimos anos, é importante valorizar os filmes mais inteligentes, capazes de levantar alguma discussão.”

Igor Waltz, estagiário

“Fazia tempo que não saía da sala do cinema tão sorridente e bem-humorado como quando fui assistir a ‘Superbad: é hoje’, que fala sobre os losers adolescentes da terra do Tio Sam. A princípio soa como mais um típico pastelão norte-americano. Na verdade, é, só que bem construído e com direito a piadas bem sacadas. O defeito do filme, tirando os inúmero palavrões, é o final óbvio. Embora eu as tenha visto no cinema, acho que as aventuras dos dois amigos, mais um colega nerd, são mais dignas de boas risadas no sofá de casa. É bem melhor que o que se vê na ‘Sessão da tarde’.”

Rodolpho Terra, estagiário