Chineses visitam ABI e defendem intercâmbio


27/09/2012


Uma comitiva de autoridades e de profissionais de mídia da cidade chinesa Shenyang visitou o edifício-sede da ABI nesta quarta-feira, dia 26, sendo ciceroneada pelo jornalista Sérgio Caldieri, Primeiro Secretário do Conselho Deliberativo da entidade.
 
He Shu Hua, Vice Ministra do Departamento de Publicidade do Comitê do Partido Comunista da China, liderou o grupo integrado por Ju Baoping, Vice Prefeito de Shenyang; Xu Zengjun, Diretor da Divisão de Integração do Departamento de Comunicação da Prefeitura de Shenyang; Ding Yu Xiu, membro do Comitê para Cultura e Esporte em Rádio e TV; Guan Ronghni, Diretora da Literal Art Association de Shenyang, e David Xiang, assessor de imprensa do Centro de Comunicação Brasil-China.
 
O objetivo da visita foi apresentar propostas para que, através da ABI, sejam estabelecidas atividades de intercâmbio nas áreas de cultura e comunicação no âmbito Brasil-China.
 
No discurso de boas-vindas, Sérgio Caldieri saudou os visitantes e exaltou a relevância histórica da ABI em defesa das liberdades, dos direitos humanos e da cultura nacional.
 
David Xiang, tradutor da comitiva, aplaudiu a trajetória da ABI e destacou a importância das relações de amizade na tradição cultural chinesa:
—Estou morando no Brasil há mais de 10 anos, sempre procurando aprofundar o relacionamento com os brasileiros. Na China, antes de pensarmos em negócios, prezamos o sentimento de amizade. Por esta razão estamos nos aproximando da ABI.
 
Em nome da comitiva, He Shu Hua agradeceu a oportunidade de conhecer a ABI e falou sobre o atual cenário socioeconômico de Shenyang, capital e a maior cidade da Província de Liaoning, no Nordeste da China.
—A população de Shenyang é de 8 milhões de pessoas. Somos o principal centro financeiro, tecnológico, científico e cultural do nordeste chinês, e temos muito interesse em estabelecer intercâmbio cultural com a ABI e o Brasil.
 
De acordo com o último relatório da Economist Intelligence Unit, divulgado em julho de 2012, Shenyang é uma das 13 megacidades emergentes da China. Desde a abertura econômica do país, a região tem registrado elevadas taxas de crescimento econômico e demográfico.
 
Fundada no ano 300 a.C., sede de palácios imperiais, a cidade de Shenyang acompanha as práticas globais de sustentabilidade e preservação do meio ambiente e, desde os anos 1930, é um grande centro industria, com diversificado parque industrial, boa rede de transportes, recursos naturais abundantes e força de trabalho qualificada.
 
—Achados arqueológicos apontam para assentamentos humanos em Shenyang há cerca de 7.200 anos. Hoje, Shenyang é uma cidade-irmã e recebe investimentos de mais de 500 países, sendo conhecida também como cidade-floresta, por seu papel de destaque nas questões relativas ao meio ambiente. Em Shenyang foram construídos o primeiro automóvel da China, o primeiro avião e o primeiro robô submarino do país, frisou He Shu Hua.
 
O conceito de cidade irmã tem como objetivo estabelecer relações e mecanismos protocolares nos setores espacial, econômico e cultural, através de políticas que estabeleçam laços de cooperação.
 
—Por toda a força e riqueza cultural dos povos brasileiro e chinês, gostaríamos de promover um intercâmbio bilateral nas áreas de cinema, fotografia, dança, artes plásticas, artesanato, música, comunicação. Temos todas as condições para realizar este trabalho e o apoio da ABI é muito valioso, afirmou Guan Ronghni, Diretora da Literal Art Association de Shenyang.
 
Ao final do encontro, He Shu Hua e a comitiva entregaram ao jornalista Sérgio Caldieri uma placa comemorativa em saudação ao Presidente da ABI, Maurício Azêdo, e um DVD com imagens e informações sobre a cidade de Shenyang.
 
História
 
O nome da cidade Shenyang significa “a cidade ao norte do Rio Shen” e é derivado do nome do Rio Hun, que corta o lado sul da cidade, anteriormente conhecido como Rio Shen. A região foi fundada pelo general Qin Kai, cerca de 300 a.C.
 
Após a queda da dinastia Ming, em 1644, os manchus caíram sob domínio chinês e a capital foi transferida para Beijing. No entanto, Shenyang manteve considerável importância como a capital anterior e o lar espiritual da dinastia Qing, a última dinastia imperial da China. 
 
Com a construção da Ferrovia do Sul da Manchúria, Shenyang se transformou em uma fortaleza russa, após a Revolta dos Boxers (1899-1900), movimento popular antiocidental e anticristão na China, que teve início na província de Shandong. As raízes da revolta estavam na pobreza rural e no desemprego, cuja responsabilidade era atribuída às importações do Ocidente. 
 
Para sufocar a rebelião, foi organizada uma força internacional colonialista composta por 20 mil soldados russos, americanos, britânicos, franceses, japoneses e alemães.
 
Durante a Guerra Russo-Japonesa (1904-1905), Shenyang foi palco da Batalha de Mukden. Após a vitória japonesa, a concessão de Shenyang foi uma das principais bases para a expansão da economia japonesa no sul da Manchúria. Foi também a sede do vice-reino chinês das três províncias da Manchúria. Na década de 1920, Shenyang foi a capital da Manchúria sob o comando de Zhang Zuolin, posteriormente assassinado.
 
No início do século 20, foram construídas a estação ferroviária da Ferrovia da Manchúria do Sul e a estação ferroviária do Norte de Shenyang, que viabilizaram a expansão urbana da cidade e a construção em suas margens de núcleos industriais, tornado Shenyang um grande centro comercial e industrial.
 
O Japão explorou os recursos na Manchúria utilizando a extensa rede ferroviária que atravessava Shenyang.
 
Em agosto de 1945, forças soviéticas ocuparam Shenyang, logo após a rendição do Japão na Segunda Guerra Mundial. Pouco tempo depois os soviéticos deram lugar aos nacionalistas chineses durante a Guerra Civil Chinesa, no período 1946-1948, quando Shenyang foi um reduto antiesquerdista, embora os comunistas chineses controlassem o entorno da cidade.
 
Em 30 de outubro de 1948, após uma série de ofensivas conhecida como a Campanha Liaoshen, Shenyang foi tomada pelos comunistas.
 
A República Popular da China foi proclamada em 1º de outubro de 1949.