CCS vai debater com The Intercept e O Antagonista


19/06/2019


Nota publicada pelo Senado Federal informa que o Conselho de Comunicação Social (CCS) aprovou nesta segunda-feira (17) o convite a Glenn Greenwald para uma audiência. O jornalista é coautor das reportagens do The Intercept Brasil sobre as conversas do ex-juiz Federal Sérgio Moro e os procuradores envolvidos na Força Tarefa da operação Lava Jato.

A audiência será em 1º de julho, e a iniciativa de chamá-lo partiu do representante da sociedade civil no Conselho, o advogado Miguel Matos. “O imbróglio em torno do que vem sendo divulgado pelo The Intercept é algo sem precedentes na história brasileira. E Greenwald tem dito que vem sofrendo inúmeros atentados ao livre exercício do jornalismo. É preciso então que ele venha aqui e esclareça o que vem acontecendo”, explica Matos.

O jornalista Davi Emerich, também favorável à vinda de Greenwald, solicitou que outros jornalistas fossem chamados a fim de garantir o equilíbrio da audiência. Dessa maneira, o Conselho de Comunicação Social aprovou os convites a Claudio Dantas, do site O Antagonista, Daniel Bramatti, presidente da Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo), Maria José Braga, presidente da Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas) e também conselheira do CCS, e Carlos Ayres Britto, ex-ministro do STF.

 

Consultado sobre o convite ao site O Antagonista, o presidente do CCS, Murillo de Aragão, disse que o motivo foi a censura imposta pelo STF.

 

Sobre o vazamento

 

No dia 9 de junho, o The Intercept Brasil publicou reportagens sobre as conversas do ex-juiz Federal Sérgio Moro e os procuradores envolvidos na Força Tarefa da operação Lava Jato, o que provocou reações que vão dos questionamentos jurídicos ao debate sobre o que seria o interesse público na publicação de vazamentos de conversas.

 

O vazamento da Lava Jato pautou polêmica entre Globo e Glenn Greenwald. No dia 11 de junho, Greenwald concedeu entrevista à Agência Pública, na qual falou sobre as reações dos envolvidos e tratou da cobertura da imprensa sobre a Lava Jato antes e depois das reportagens do The Intercept Brasil. Após a publicação da entrevista “Glenn Greenwald: ‘a Globo e a força-tarefa da Lava Jato são parceiras’”, a Rede Globo se manifestou por meio de “nota de esclarecimento” enviada à Pública no dia 12 de junho.

 

De acordo com reportagem veiculada pelo Jornal Nacional nesta segunda-feira (17), o deputado David Miranda (PSOL-RJ), marido do jornalista Gleen Greewald, fundador do site The Intercept Brasil, entregou à Polícia Federal e-mails com ameaças de morte feitas a ele e à família. As ameaças surgiram depois das publicações das reportagens pelo The Intercept.

 

Fonte: Portal Imprensa