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Canal Papo de Mãe é reativado pelo Youtube


27/12/2020


É com alegria e alívio que comunicamos o retorno do Canal Papo de Mãe no Youtube, por volta das 21 horas da noite deste sábado, 26 de dezembro.
São 11 anos de trabalho com um conteúdo voltado para as famílias brasileiras, com cerca de mil vídeos no Youtube. De 2009 a 2016, o Papo de Mãe foi ao ar pela TV Brasil. De 2016 a 2020, pela TV Cultura. E, agora, segue aqui no UOL como site parceiro e com conteúdo próprio no Youtube.

Jornalistas Mariana Kotscho e Roberta Manreza

As jornalistas Mariana Kotscho e Roberta Manreza agradecem a mobilização de todos.
Nosso público e entidades como ABI (Associação Brasileira de Imprensa) e OAB/SP (Comissão de Direitos Humanos e Comissão da Mulher Advogada) certamente nos ajudaram muito nesta batalha para recuperar nosso canal que tinha sido removido da plataforma sem maiores explicações.
Na última semana, o Papo de Mãe vem divulgando a conduta do juiz Rodrigo de Azevedo Campos, que chegou a dizer que não está nem aí para a Lei Maria da Penha nem para medidas protetivas, que muitas vezes são fundamentais para proteger uma mulher do feminicídio. Cinco vídeos com trechos desta audiência estão no Canal Papo de Mãe no Youtube.

Segue a nota enviada pelo Youtube ao Papo de Mãe

“O YouTube conta com uma combinação de inteligência de máquina e revisores humanos para identificar, avaliar e remover conteúdo que viola nossas diretrizes de comunidade. Sabemos que esses sistemas estão sujeitos a erros. O canal Papo de Mãe foi encerrado após uma detecção automática de uma violação às nossas políticas de spam, práticas enganosas e golpes. Fizemos uma revisão e identificamos que não houve violação. Todos os vídeos foram restabelecidos e o canal está funcionando normalmente.”

Entenda o Caso

Na noite de quinta-feira, 17 de dezembro, o Papo de Mãe publicou reportagem revelando a conduta de um juiz numa audiência de Vara de Família em São Paulo.  Sem levar em consideração que um das partes é vítima do ex-companheiro num inquérito que apura violência doméstica, o juiz afirmou que não está nem aí para a Lei Maria da Penha e fez outras afirmações inaceitáveis. Veja abaixo algumas transcrições de momentos retirados da audiência, que durou 3 horas e meia.

Juiz : “Vamos devagar com o andor que o santo é de barro. Se tem lei Maria da Penha contra a mãe(sic) eu não tô nem aí. Uma coisa eu aprendi na vida de juiz: ninguém agride ninguém de graça”. (Advogadas tentam interromper e ele não deixa)

Juiz : “Qualquer coisinha vira lei Maria da Penha. É muito chato também, entende? Depõe muito contra quem…eu já tirei guarda de mãe, e sem o menor constrangimento, que cerceou acesso de pai. Já tirei e posso fazer de novo”.

Juiz : “Ah, mas tem a medida protetiva? Pois é, quando cabeça não pensa, corpo padece. Será que vale a pena ficar levando esse negócio pra frente? Será que vale a pena levar esse negócio de medida protetiva pra frente?

Juiz : “Doutora, eu não sei de medida protetiva, não tô nem aí para medida protetiva e tô com raiva já de quem sabe dela. Eu não tô cuidando de medida protetiva.”

Juiz: “Quem batia não me interessa”

Juiz: “O mãe, a senhora concorda, manhê, a senhora concorda que se a senhora tiver, volto a falar, esquecemos o passado….”

Juiz: “Mãe, se São Pedro se redimiu, talvez o pai possa…..”

F.: “Eu tenho medo”

(vamos lembrar aqui que F. já sofreu violência doméstica e o juiz insiste numa reaproximação dela com o ex)

Juiz: “Ele pode ser um figo podre, mas foi uma escolha sua e você não tem mais 12 anos”

(No trecho acima, ele insinua mais uma vez culpar a vítima pelas agressões sofridas, reafirmando a declaração de que “ninguém apanha de graça”)

Fonte: papodemae


Carta aberta enviada pela ABI ao presidente do Youtube