Campanha pela volta do Monitor Campista


03/12/2009


Última edição, 15/10/2009

O movimento “Viva Monitor”, que está recolhendo doações para reativar o jornal Monitor Campista, de Campos de Goytacazes, norte do Rio de Janeiro, encerrou a campanha nesta sexta-feira, dia 4. 
A mobilização teve início no último dia 28, organizada por ex-funcionários do jornal, com o apoio da Associação de Imprensa Campista (AIC). O jornal foi fechado no dia 15 de novembro, por determinação dos Diários Associados. A decisão foi comunicada através de nota assinada por Maurício Dinepi, Presidente do jornal.

Fundado em 4 de janeiro de 1834, pelos médicos Francisco José Alypio e José Gomes da Fonseca Parahíba, o jornal O Campista se fundiu com O Monitor em 31 de março de 1840, originando o Monitor Campista, o terceiro jornal mais antigo no País.

Segundo Maurício Dinepi, as despesas do Monitor estavam acima da receita, especialmente após o Diário Oficial de Campos ter deixado de ser publicado no Monitor Mercantil, o que era feito há 100 anos, e representava 50% da receita do veículo.

O informativo da Prefeitura deixou de ser veiculado no jornal após a Justiça ter alegado inexistência de licitação para o procedimento. O questionamento foi feito ao Ministério Público em ação movida pelo jornal Folha da Manhã, também de Campos. Com a decisão judicial, o Diário Oficial de Campos passou a ser impresso na Imprensa Oficial do Estado.

Disposto a vender a marca do jornal, Maurício Dinepi pediu a quantia de R$ 250 mil reais aos ex-funcionários interessados em salvar a publicação.

—A diretoria fala em prejuízo, mas temos informações de que a empresa era saudável. O fechamento do jornal está envolto em muito mistério, afirmou Vicente Menezes, vice-presidente da AIC e um dos organizadores do movimento “Viva Monitor”.

Até o momento, a campanha arrecadou pouco mais de R$ 30 mil, a maior parte doado pelos ex-funcionários.

—Quando fomos informados do preço, optamos por uma campanha de arrecadação pública, especialmente por causa do prazo de apenas uma semana estipulado por Dinepi. A mobilização é grande, mas ainda não se reverteu em apoio financeiro, explicou Vicente Menezes.

Nesta sexta-feira, dia 4, último dia da campanha, os organizadores do movimento decidiram se reunir novamente com Maurício Dinepi:
—Vamos pedir mais tempo para conseguir o dinheiro. Estamos lutando pela volta do Monitor Campista priorizando a transparência e a qualidade editorial que sempre o distinguiu. Temos um compromisso ético com o jornalismo e a sociedade. No blog da campanha (http://vivamonitor.blogspot.com) está sendo veiculado os nomes dos doadores e as quantias depositadas. Pensamos em transformar o jornal em uma cooperativa ou empresa limitada, mas, em função do prazo apertado, decidimos pelo caráter público. A idéia é transformar o jornal em uma fundação ou associação que pertença à cidade. Caso consigamos mais tempo para levantar o dinheiro, a campanha pelo Monitor será retomada. Os interessados podem acompanhar as negociações no blog do movimento.