Brasil avança no ranking da liberdade de imprensa


22/10/2008


A organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF) divulgou nesta quarta-feira, 22, o ranking mundial da liberdade de imprensa.
O Brasil ocupa o 82ª lugar numa lista de 173 países, tendo avançado duas posições em relação ao resultado anterior.
Contudo, a ONG considera que “a violência contra jornalistas investigativos no País é exemplo dos tipos de veneno que flagelam as democracias emergentes”.

Desde 2002, a RSF realiza o ranking que aponta a situação de jornalistas e veículos de comunicação em todo o mundo, a partir de pesquisa feita em todas as regiões com profissionais da área, além de pesquisadores, juristas e especialistas em direitos humanos.

De acordo com o relatório de 2008, a paz tem exercido papel fundamental na conquista da liberdade de imprensa em todo o mundo, à frente de aspectos vinculados à prosperidade econômica e democrática. Como exemplo são citados no relatório os Estados Unidos (119ª posição fora do território), a Geórgia (120ª) e a Nigéria (que caiu da 95ª para a 130ª).

Segundo a RSF, regiões envolvidas em conflitos de alta ou baixa intensidade expõem os jornalistas aos perigos do combate ou da repressão.

Infernos imutáveis

A Islândia lidera o ranking da liberdade de imprensa, seguida por Luxemburgo, Noruega, Estônia, Finlândia, Irlanda e Bélgica. Dentre os 20 países primeiros colocados, 18 localizam-se na Europa — as exceções são o Canadá (13ª) e a Nova Zelândia (10ª).

O destaque positivo, de acordo com o estudo, vai para a Jamaica e a Costa Rica, que ocupam, respectivamente, a 21ª e 22ª posição.

Eritréia, na África, em 173º lugar, ocupa a última colocação no ranking, antecedido pelos asiáticos Coréia do Norte e Turcomenistão. As regiões foram classificadas no estudo como “infernos imutáveis, cujos habitantes encontram-se separados do mundo e sujeitos à propaganda digna de eras passadas”.

A China ficou com a 167ª colocação e o Iraque, com a 158ª.

Entre os países da América Latina, o Uruguai, que ocupa a 43ª posição, é o mais bem classificado. Já a Bolívia caiu 47 posições e ocupa a pior classificação, com o 115º lugar. Este resultado, analisa a RSF, é “reflexo da crise institucional e política que exacerbou a polarização entre as mídias privada e pública e expôs os jornalistas à violência, em função de suas ligações com o Governo ou a oposição”.