Bolsonarista assassina líder do PT em Foz do Iguaçu. ABI cobra medidas urgentes para conter violência política


13/07/2022


Marcelo na comemoração dos seus 50 anos

O primeiro assassinato político do bolsonarismo na campanha eleitoral 2022 aconteceu nesta madrugada em Foz do Iguaçu (PR). O guarda municipal Marcelo Arruda morreu na madrugada deste domingo (10) em sua festa de 50 anos de idade após levar três tiros disparados pelo bolsonarista Jorge José da Rocha Guaranho, da Polícia Penal Federal (PPH).

Marcelo havia sido candidato a vice-prefeito da cidade pelo PT em 2020, era diretor do Sindicato de Servidores Públicos do município e tesoureiro do PT em Foz. A festa acontecia na Associação Esportiva Saúde Física Itaipu (Aresfi), toda ela com temas vinculados ao PT e à candidatura Lula, com cantos e vivas ao ex-presidente.

O assassino interrompeu a festa cerca de 20 minutos antes do assassinato. Ele parou seu carro do lado de fora da Aresfi, onde acontecia a comemoração, aos gritos de “é Bolsonaro, seus filhos da puta”. Ele estava com sua esposa e filha no carro. Quando Marcelo Arruda saiu da festa para ver o que acontecia, o assassino apontou o revólver, enquanto a mulher gritava, “para com isso, vamos embora”. Ele deixou o local em seguida, prometendo voltar aos gritos: “Eu vou voltar e matar todos vocês, seus desgraçados”

Ato contínuo, Marcelo foi até seu carro e pegou seu revólver funcional, afirmando a uma pessoa da festa, “vai que esse maluco volta mesmo, eu não vou ficar desprevenido”. A festa prosseguiu por mais 20 minutos até que o bolsonarista assassino voltou e invadiu o local de arma em punho. Marcelo identificou-se como guarda municipal, mostrando seu distintivo e já com sua arma nas mãos, mas de nada adiantou. Guaranho disparou duas vezes com sua pistola uma Taurus 24/7  calibre40

O primeiro tiro foi na perna de Marcelo Arruda, que caiu. Como numa execução, o policial penal federal aproximou-se e deu outro tiro. O líder do PT recebeu o tiro nas costas, conseguiu virar-se e deu cinco tiros no bolsonarista. Segundo um amigo de Marcelo, “com sua reação, ele conseguiu evitar uma chacina, foi um herói”.

ABI REPUDIA CRIME E PEDE MEDIDAS URGENTES PARA CONTER VIOLÊNCIA POLÍTICA

A Associação Brasileira de Imprensa vem a público manifestar seu repúdio ao ato de barbárie praticado por um seguidor do presidente da República que, na madrugada de 10 de julho de 2022, em Foz de Iguaçu, invadiu uma festa de aniversário com tema petista e executou o aniversariante, Marcelo Arruda.

A morte de Marcelo, tesoureiro do PT, antecedida, dias antes, pela explosão de uma bomba em evento no Rio de Janeiro no qual estava presente o ex-presidente Lula, é sinal claro de que limites não negociáveis estão sendo ultrapassados.

A ABI exige das autoridades competentes da área de segurança pública que coloquem um freio às violências que se repetem, e que sejam adotadas medidas efetivas de prevenção e combate à violência política.

O campo democrático deve se unir para derrotar o fascismo bolsonarista e exigir que o Tribunal Superior Eleitoral e o Supremo Tribunal Federal impeçam toda e qualquer situação que alimente a violência, aviltando a democracia.

CDHMP REPUDIA HISTERIA BOLSONARISTA QUE ASSASSINOU MARCELO ARRUDA

O Centro de Direitos Humanos e Memória Popular de Foz do Iguaçu, lamenta profundamente o falecimento do ativista social Marcelo Arruda.  Arruda foi assassinado a tiros, durante sua festa de aniversário de 50 anos e temática ao PT (Partido dos Trabalhadores) e ao ex-presidente Luiz Inácio da Silva. A confraternização era realizada na Associação Recreativa Esportiva Segurança Física Itaipu (ARESFI), quando o assassino entrou armado, gritando “Bolsonaro” e ameaçando matar as pessoas presentes.

Esse crime, com forte conotação de intolerância política, revela que o “bolsonarismo” é latente e está espalhado por todo canto, revelando instintos primitivos. É a maneira como esse grupo pensa, como tratam as mulheres ou subalternos no elo mais fraco da cadeia, a falta de empatia total pelo outro.

O assassinato de Marcelo Arruda revela a face cruel desse setor da sociedade, formado e potencializado por um presidente da República que elogia a morte, desrespeita as instituições e o nosso sistema democrático.

O CDHMP coloca-se a disposição dos familiares de Marcelo Arruda e conclama as cidadãs e cidadãos iguaçuenses a repudiar esse crime que enluta famílias, deixando órfãos e viúvas.

Foz do Iguaçu, 10 de julho de 2022