Autoridade iraniana nega que jornalista do Post será libertado em breve


Por Igor Waltz

13/11/2014


O correspondente do Washington Post Jason Rezaian está detido desde julho (Crédito: Vahid Salemi/AP)

O correspondente do Washington Post Jason Rezaian está detido desde julho (Crédito: Vahid Salemi/AP)

Um membro do alto escalão do Judiciário iraniano desmentiu as informações de que o correspondente do jornal The Washington Post em Teerã, Jason Rezaian, detido desde julho, será libertado em breve. Hadi Sadeghi, chefe-adjunto judiciário do país, disse nesta terça-feira, 11 de novembro, que o caso ainda está em fase preliminar e o jornalista não será liberado até que as investigações sejam concluídas. Os EUA e organizações de direitos humanos acusam o Irã de prender o comunicador sem acusação formal.

Na semana passada, o secretário-geral do Conselho Superior do Irã para os Direitos Humanos, Mohammad Javad Larijani, disse ao canal de televisão “Euronews” que Rezaian poderia ser liberado “em menos de um mês”.

“O que o Sr. Larijani quis dizer foi que um mês é o tempo necessário para a investigação. Caberá ao juiz decidir acusá-lo ou suspender o caso”, disse Sadeghi.

O jornalista é apontado por meios de comunicação iranianos como espião dos Estados Unidos. Sob a Lei Islâmica, espionagem é punível com a pena de morte. Rezaian foi preso junto com sua mulher iraniana Yeganeh Salehi, correspondente do jornal dos Emirados Árabes Unidos The National, e dois outros cidadãos norte-americanos. Apesar dos esforços diplomáticos dos EUA para sua libertação, o Irã não reconhece dupla cidadania.

O país nega as alegações ocidentais de que está tentando sufocar a dissidência com a prisão de políticos moderados, ativistas estudantis, advogados e jornalistas. Além Rezaian, há 35 profissionais de imprensa presos no Irã, segundo o Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ).

* Com informações da agência Reuters.