24/09/2020
Áurea Martins festeja seus 80 anos até 2021
Por Vera Perfeito, diretora de Cultura e Lazer da ABI
Antes de ir embora, Aldir Blanc avisou: “Em qualquer país que preze sua cultura, Áurea Martins seria incensada”, comparando-a a cantoras como Ângela Maria, Linda e Dircinha Baptista, Dalva de Oliveira, Elizeth Cardoso, Elis Regina, Aracy de Almeida e Clementina de Jesus. Mas Áurea não deixou barato, lutou contra a corrente e, agora, por um ano festejará seus 80 anos de vida e mais de 50 de carreira, fazendo sucesso em suas lives durante a pandemia desde 13 de junho, data de seu aniversário. A artista já tem biografia e a equipe do Encontros da ABI com a Cultura correu atrás para uma entrevista que está aqui no site da ABI e nos canais da Associação Brasileira de Imprensa do Youtube e Instagram, a partir desta quinta-feira, 24.
A festa de Áldima, seu nome de batismo, continuará até setembro do próximo ano porque no dia 13 de setembro deste ano, quando novamente fez 80 anos por um erro de datas do escrivão em seu registro, Áurea lançou o projeto “80 homenagens áureas” com 80 programas em reverência a 80 artistas em suas redes sociais (Facebook.com/aaureamartins; Instagram: @aaureamartins; Youtube.com/aaureamartins). Já foram homenageadas Elizeth Cardoso, sua grande amiga, e Carmen Costa. Em cada um desses programas, aos domingos, cerca de 15 artistas e colaboradores de diversas gerações participam com informações musicais e vozes nas canções que foram escolhidas. Entre eles, Leila Pinheiro, Zé Renato, Ilessi, Ana Costa, Maria Medalha, Leonardo Lichote, Pedro Amorim, Charles Gavin, Mart´nália, Rodrigo Nogueira, Gilson Peranzzetta que homenageiam Áurea com os artistas de sua referência. Entre eles, Sueli Costa, Hermínio Bello de Carvalho e Nelson Sargento.
Até o final de 2021 acontecerão shows, lançamento de CDs, encontros, sempre de acordo com as regras de segurança recomendadas. Em dezembro deste ano, Áurea lança um CD de voz e piano com o maestro e pianista Cristovão Bastos e, após a pandemia, gravará um disco em duo com o jovem cantor João Senise, com arranjos de Gilson Peranzzetta.
Áurea Martins iniciou a carreira na Rádio Nacional, gravando seu primeiro disco (LP) como prêmio pelo primeiro lugar no programa de calouros A Grande Chance de Flávio Cavalcanti em 1969, na extinta TV TUPI. Ela canta na noite carioca há mais de cinco décadas, sendo respeitada e idolatrada por novos artistas como Teresa Cristina, Moyseis Marques, Ana Costa, Mônica Salmaso, João Cavalcanti, Renato Braz e os veteranos Joyce, João Bosco, Moacyr Luz, Zé Renato, Guinga, Leny Andrade, Chico Buarque , além de instrumentistas como João Camareiro, Gilson Peranzetta e Cristovão Bastos.
Como cantora da noite, tem quatro CDs lançados, dois LPs, um DVD e participações em CDs de vários artistas da MPB, sendo considerada por nobres nomes da música como uma das grandes cantoras da MPB. O seu primeiro DVD Iluminante, produzido por Hermínio Bello de Carvalho, tem apresentação de Fernanda Montenegro e participação de Chico Buarque cantando a música Maninha. O repertório do DVD engloba as músicas do CD Depontacabeça com composições de Hermínio em parcerias com Moacyr Luz, Sueli Costa, Vidal Assis, Fernando Temporão, Paulo Valdez, Claudio Jorge e D. Ivone Lara; e no CD Até Sangrar há músicas de Johnny Alf, Chico Buarque, Francis Hime, Tom Jobim, Vinicius de Moraes e Lupicínio Rodrigues.
O troféu de Melhor Cantora no Prêmio da Música Brasileira de 2009 veio com o CD Até Sangrar e, no ano seguinte, o CD Depontacabeça foi lançado, sendo ambos produzidos por Hermínio. Em 2013, seguiu com shows do DVD Iluminante, participando ainda como convidada de projetos do grupo Casuarina, das cantoras Teresa Cristina e Fabiana Cozza, Gonzaga Leal, Renato Braz e Dona Ivone Lara. Em dezembro de 2017, a pesquisadora Lucia Neves lançou a biografia Áurea, a visibilidade invisível pela editora Folha Seca.
BIOGRAFIA
Na biografia intitulada Áurea Martins: a invisibilidade visível é analisada a construção original de uma carreira onde se fundem, numa só profissional, a crooner, a cantora da noite e a cantora. Essa simultaneidade se renova a cada momento de sua passagem pela história musical brasileira.
A invisibilidade visível de Áurea Martins foi o elemento que norteou Lúcia Neves no seu propósito pessoal de desvendar os meandros da trajetória da cantora. Ela mescla a história pessoal de Áurea com as profundas mudanças na sociedade brasileira contemporânea e na maneira de fazer música no país. Além disso, a autora chama a atenção para aspectos do dia a dia da cantora, a sua inter-relação com os mais jovens, a atualização constante da sua própria produção artística, assim como da sua maneira de cantar, a simplicidade do seu cotidiano, sua militância diária contra discriminações sociais e culturais e a ousadia de, transformando-se em outra, tornar-se uma atriz premiada sem perder o essencial de sua identidade.
ENTREVISTA DE ÁUREA MARTINS PARA O ENCONTROS DA ABI
Até setembro de 2021, a cantora Áurea Martins festejará seus 80 anos com o projeto “80 homenagens áureas” quando artistas de sua referência serão homenageados em suas redes do Instagram, FB e Youtube , aos domingos, às 13 hs, por Leila Pinheiro, Ana Costa, Mart’nália, Gilson Peranzetta e Pedro Amorim, entre outros.