Atos de solidariedade a professores nesta quarta-feira, dia 2


Por Igor Waltz*

02/10/2013


Servidores municipais de educação protestaram contra a aprovação do novo plano de cargos e salários nas imediações da Câmara dos Vereadores do Rio (Crédito: Alfredo Roza /Agência O Dia)

Servidores municipais de educação protestaram contra a aprovação do novo plano de cargos e salários nas imediações da Câmara dos Vereadores do Rio (Crédito: Alfredo Roza /Agência O Dia)

Dois atos em repúdio à violência da PM contra professores na terça-feira, 1º de outubro, durante a votação que aprovou o novo plano de cargos e salários dos professores da rede municipal, serão realizados nesta quarta-feira, dia 2, em frente à Câmara de Vereadores e na Universidade Estadual do Rio de Janeiro – UERJ, ambos por volta das 16h.

Além do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do Rio (Sepe), entidades e sindicatos de outras categorias  devem participar da manifestação. A coordenadora do Sepe Ivanete Conceição classificou a atuação da polícia como “desmedida e descontrolada”. Segundo ela, “nem nas passeatas de junho a ação da PM foi tão violenta. Foi de extremo exagero o que aconteceu”.

O Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) encaminhará nesta quarta-feira para o governador do Rio, Sérgio Cabral, moção de repúdio pela violência praticada nos últimos dias pela Polícia Militar contra os professores do estado que estão em greve.

De acordo com Wadih Damous, presidente da Comissão Nacional de Direitos Humanos da entidade, “o uso da força está sendo praticado de forma desmedida e desproporcional e os nossos professores, que já são tão sofridos, não merecem apanhar em praça pública só porque reivindicam melhores condições de trabalho”. Damous lembrou que até os advogados, no exercício profissional, tem apanhado dos policiais.

“O diálogo ainda é a melhor solução. Os policiais não são jagunços. O papel da polícia é proteger a sociedade”, concluiu Damous.

A ABI, por meio Comissão de Defesa da Liberdade de Imprensa e Direitos Humanos, também manifestou seu repúdio à covardia policial. Leia aqui.

Manifestante durante o protesto desta terça-feira, 1º de outubro (Crédito: Severino Silva/ Agência O Dia)

Manifestante durante o protesto desta terça-feira, 1º de outubro (Crédito: Severino Silva/ Agência O Dia)

Feridos

Segundo informações 5ª DP (Gomes Freire), sete pessoas estiveram na delegacia na terça-feira até às 21h30 para prestar queixa de lesão corporal. Elas teriam sido atingidas por PMs. Em nota, a Polícia Militar informou que 17 ativistas foram detidos e quatro militares ficaram feridos durante o confronto.

Ferida nas costas, a professora da rede municipal Neide Aparecida Silva foi atendida no Hospital Souza Aguiar com escoriações leves. “Eu nem estava tão próxima da confusão. Só estava olhando de longe quando a polícia começou a agredir um rapaz e jogou uma bomba. Na correria, fui ferida. A bomba deve ter batido em mim”, disse a professora, que dá aula em uma escola de Guaratiba, na Zona Oeste da cidade.

Plano de cargos

A redação final do projeto também foi aprovada e foi sancionada pelo prefeito Eduardo Paes logo após a votação, sem vetos. A nova lei foi publicada no Diário Oficial da Prefeitura nesta quarta-feira, 2 de outubro.

O plano foi aprovado na Câmara durante uma votação tumultuada. Nove vereadores decidiram abandonar a sessão antes da primeira discussão, após manifestantes tentarem invadir a Câmara dos Vereadores do Rio. Os vereadores do PSOL, Jefferson Moura, Eliomar Coelho, Paulo Pinheiro, Renato Cinco, além de Theresa Bergher (PSDB), Leonel Brizola Neto (PDT), Márcio Garcia (PR), Verônica Costa (PR) e Reimont (PT) saíram do plenário da Casa pedindo a anulação da sessão para tentar amenizar a confusão entre manifestantes e policiais militares na área externa.

*Com informações do jornal O Dia e O Globo.