04/09/2009
Villarinho, que é radicado em Niterói, RJ, enviou o texto de seu e-mail a inúmeras autoridades, entre as quais a Ministra Chefe da Casa Civil, Dilma Roussef; os Ministros do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes e Carmem Lúcia; os Senadores José Sarney, Marcelo Crivella, Paulo Paim e Mário Couto, a ABI e jornalistas de vários veículos de comunicação. Sua mensagem, expedida em 26 de agosto, tem o seguinte teor:
“Quando a Advocacia-Geral da União-AGU se propôs trazer para si a responsabilidade de dar um rumo definitivo à questão Varig/Aerus, constituindo uma comissão que teoricamente se debruçaria sobre o assunto com esmero interesse, criou-se mais uma vez para os sofridos aposentados da Varig uma esperança.
O pedido de 60 dias para estudar a viabilidade de um acordo foi um sinal convincente de que estávamos mais próximos de tudo aquilo que mais almejamos – a recuperação de nossos benefícios. Enfim, o reconhecimento, pensei.
Triste engano, aliás, mais uma decepção. Decorridos os 60 dias vencidos, até o momento nenhum sinal de acordo. Toda a trama se repete, ou seja, nada de novo acontece. O desvio do processo do Supremo Tribunal Federal e o desenrolar das negociações indica que nada mudou: pelo contrário, atrasou o que já estava em vias de conclusão.
Exmo. Sr. Ministro José Antônio Dias Toffoli, Vossa Excelência ao se colocar como fiel defensor dos interesses da Pátria, demonstra o porvir de uma brilhante carreira, o que considero admirável. Vossa demonstração de lealdade pode lhe conferir um futuro de grandes realizações, assim como para todos aqueles que iniciam com seriedade suas carreiras procurando investir com lealdade e máxima dedicação naquilo que se propõe a fazer. Porém uma ressalva: gostaria de alertar a Vossa Excelência que nem tudo aquilo que planejamos, mesmo que tenhamos nos esforçado em procurar ser o melhor no desempenho de nossas funções, como o foi o nosso caso, significa que no final da vida sejamos recompensados. A nossa história comprova isso. Por mais cruel que pareça, hoje estamos lutando por um espaço digno na sociedade para que não terminemos a vida como indigentes, fato este que, definitivamente, não combina com o nosso histórico de vida. Vossa Excelência, por ter estudado, analisado e julgado esse grande golpe, sabe que os argumentos não são infundados.
Fizemos da Varig um símbolo de um Brasil moderno e próspero, como podem comprovar todos aqueles que continuam na vida pública como políticos que usufruíram desta condição. Vossa Excelência, por estar a serviço da Nação, não pode deixar de lembrar que dela fazemos parte como filhos desta que se diz “Mãe Gentil”.
Agradeço a compreensão e peço mais uma vez uma especial atenção para esse drama sem fim. O prazo se expira assim como nossas vidas. Choro o descaso, choro a insensibilidade, choro a subtração dos meus direitos, mas choro principalmente o que a vida pode ficar a me dever.
Jorge Wilson da Rocha Villarinho, aposentado Varig-Aerus.”