Alto índice de violência atinge jornalistas


03/05/2011


O alto índice de violência que atinge jornalistas em todo o mundo ameaça os esforços que vêm sendo empregados em várias regiões para garantir a liberdade de imprensa e de expressão. Nesta terça-feira, 3 de maio, Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, a ONG Freedom House divulgou um relatório em que mostra que a liberdade de imprensa no mundo está seriamente ameaçada.
 
 
De acordo com a pesquisa, somente 16% dos cidadãos do mundo vivem em países com imprensa livre. De 196 países observados, 68 (35%) foram classificados como livres, 65 (33%) como parcialmente livres, e 63 (32%) como não livres, segundo a Organização.
 
 
Outro dado preocupante são os assassinatos de jornalistas. Um levantamento da Unesco, aponta que na última década 500 profissionais foram assassinados no mundo todo, 60 somente em 2010. Ao fim do comunicado em seu site, a entidade reafirma seu compromisso:
 — Passados vinte anos desde a Declaração de Windhoek, os eventos mostram a cada dia que promover a liberdade de expressão continua a ser tão importante quanto antes. Neste Dia Mundial da Liberdade de Imprensa de 2011, exortamos todos os governos a unir esforços com as Nações Unidas para garantir e promover a liberdade de expressão na mídia escrita, nas transmissões por ondas e on-line.
 
 
 A Federação Internacional dos Jornalistas (FIJ) também produziu um relatório, no qual mostra que 94 profissionais (45 a menos que em 2009) foram mortos por atos violentos em pleno exercício da profissão, em todo o mundo, no ano de 2010.  Entre 1990 e 2010 foram mortos 2 mil 271 profissionais de imprensa no exercício da atividade profissional, conforme dados divulgados pela entidade em relatórios anuais.
 
 
A FIJ divulgou também uma lista dos assassinatos de jornalistas em 2010. Nela constam as mortes de profissionais brasileiros, como a do repórter esportivo Clóvis Silva Aguiar, da Rede TV, ocorrida no dia 24 de junho daquele ano; e de Francisco Gomes de Medeiros, da Rádio Caicó (AM), assassinado em 18 de outubro de 2010.
 
 
Brasil
 
 
No Brasil, segundo dados levantados pela Federação Nacional de Jornalistas (Fenaj) foram registrados 55 casos de violência, em 2009. Desse total, 40% dos casos são de agressões físicas e verbais; 27% de censura e processos; e 15% são ameaças. Dois assassinatos foram registrados no estado de Pernambuco.
 
 
O levantamento da Fenaj apurou também casos de detenção e tortura (5%); atentados (5%); e atos de violência contra sindicalistas (4%). Segundo o relatório, na maioria dos registros de violência contra jornalistas há o envolvimento de agentes do Estado.
 
Com base no registro de 16 mortes, o Paquistão aparece nos relatórios internacionais como o país com o pior índice de segurança para os trabalhadores de comunicação em 2010. Em seguida vêm México e Honduras, com dez casos de assassinatos de jornalistas cada um. 
 
Em comparação a 2009, a FIJ detectou uma redução no número de mortes de profissionais de mídia, mas mesmo assim a entidade considera que o índice atos violentos cometidos contra jornalistas, em algumas regiões, continua alto.
 
 
 
* Com informações da Fenaj e da FIJ.