Por Claudia Sanches
19/06/2015
Começou hoje, dia 19, às 9h10, em Ipatinga, no Vale do Aço, o julgamento de Alexandro Neves Alves, o “Pitote”, acusado de executar a tiros o jornalista Rodrigo Neto. O pistoleiro é um dos suspeitos do assassinato do fotógrafo Walgney Carvalho. Ele responde pelos crimes de homicídio duplamente qualificado e poderá ser condenado a 30 anos de prisão.
O delegado Emerson Morais, responsável pelo inquérito, que presta depoimento como testemunha de acusação, abriu a sessão, conduzida pelo juiz Antônio Augusto Calaes de Oliveira.
O réu afirmou que não cometeu o crime e que conhecia Lúcio antes de ele ser policial. Alessandro alega ter sido indiciado porque as autoridades “precisavam prender alguém” e que estava em casa no momento em que ocorreu o assassinato:
— Eu não estou envolvido neste crime e foram os próprios policiais das investigações que plantaram provas contra mim. Eles queriam me incriminar de qualquer jeito e chegaram e me ameaçar por diversas vezes. Eu não entendo ao certo por que estou sendo acusado. Os policiais, na época do indiciamento, me disseram que eu seria indiciado porque eu era pobre e não tinha advogado.
Uma das alegações é de que a autoria do assassinato de Neto foi do fotógrafo freelancer Walgney Carvalho, que teria participado do homicídio. Mas o delegado nega o fato:
— Durante as investigações, entendemos que era humanamente impossível ele ter participado, pois na hora do crime ele estava tomando conta da filha de uma perita. Não tenho dúvida alguma que a morte de Walgney Carvalho foi queima de arquivo e que o Alessandro foi o executor dessa morte. Isso porque Carvalho dizia que sabia quem tinha matado o Rodrigo. No dia do crime, Pitote afirmou que estava em casa, entretanto, o extrato do celular dele tem seis ligações captadas no local do crime, sendo três dela para o ex-policial Lúcio.
Ainda assim, o advogado Rodrigo Márcio do Carmo Silva, que defende Alessandro, acusa Walgney Carvalho, que também foi morto dias depois, de ser o autor do assassinato da primeira vítima. Segundo o advogado, o fotógrafo teria pilotado a moto para o atirador Sérgio Vieira da Costa, conhecido como Serginho, que estava na garupa. Ele tentou mostrar por meio de depoimentos a raiva que Carvalho tinha raiva de Rodrigo Neto, após o fotógrafo ter indo trabalhar na mesma editoria que ele no Jornal Vale do Aço.