Agricultores mexicanos fazem jornalistas reféns


13/04/2012


Um grupo de agricultores de Nunkimi, no México, fez reféns por 12 horas, no último dia 10, os repórteres Edgar Icthe Vilafanã e Oliver Pacheco, da TV Mayavisión e o cinegrafista Erik Hernández Uscanga. Armados com paus, pedras e facas, os manifestantes ameaçaram queimar vivos os reféns, caso as autoridades de estado de Campeche não oferecessem apoio econômico aos campesinos, que exigiram da Comissão Nacional Florestal(Conafor) a quantia de 5 milhões de pesos(cerca de U$ 380 mil) para  libertarem os profissionais de imprensa.
 
Os jornalistas foram mantidos presos na sede do Comissariado Municipal e tiveram os equipamentos apreendidos. Após 10 horas, os agricultores libertaram Oliver Pacheco, que solicitou a ajuda da Secretaria de Segurança e da Procuradoria Estadual para o resgate dos colegas. Dezenas de jornalistas realizaram uma manifestação em frente ao Palácio do Governo exigindo a libertação dos companheiros.
 
Os outros dois repórteres só foram libertados na quarta-feira, 11, quando o Secretário Estadual de Segurança Pública e um Procurador Estadual se ofereceram em troca e concordaram em analisar as reivindicações dos agricultores. Os jornalistas foram conduzidos a um hospital; um deles com sintomas de intoxicação alimentar e o outro apresentando uma fratura no braço.
 
O número de ataques a jornalistas e veículos de comunicação aumentou no México em março de 2012, em comparação aos meses de fevereiro e janeiro do mesmo ano, segundo a Organización Editorial Mexicana.
 
No período investigado, além do caso citado no início da matéria, as sedes de uma emissora de TV e uma de rádio foram atacadas com explosivos, a venda de jornais em áreas turísticas foi proibida, homens não identificados fizeram disparos contra a residência de um repórter, sete jornalistas da região de Oaxaca.sofreram agressões e receberam ameaças de morte.
 
*Com Knight Center for Journalism.