Acervo da ABI ganha 4.460 imagens do mundo


27/10/2010


O acervo da Biblioteca Bastos Tigre da ABI acaba de receber a importante doação de um exemplar do volume “Arquivo ilustrado da História do mundo”, de autoria do professor da Universidade da Flórida, Otto Bettmann, pioneiro da historiografia gráfica e fundador do Arquivo Bettmann, de fama internacional. O presente foi uma iniciativa do associado Ivan Vinhien.
 
 
A obra contém 4 mil 460 ilustrações sobre personagens e episódios históricos que marcaram a História da humanidade, desde a Antiguidade até eventos mais contemporâneos, como a Segunda Guerra Mundial e os avanços da Modernidade — a exemplo da tecnologia espacial.
 
O livro levou 40 anos para ser concluído e foi muito elogiado pelo professor de História da Universidade de Columbia, Richard F. Whittemore: “É um fascinante mergulho na História. O Dr. Bettmann utilizou de forma invulgar as ilustrações — velhas e novas, conhecidas e raras — fazendo desse livro a melhor crônica do passado”, afirmou Whittemore.
 
 
Evocando a formação do planeta desde a sua criação, o livro de Otto Bettmann — cuja capa destaca as figuras de Galileu e Beethoven — é um documento historiográfico raro, de grande interesse para estudantes, professores, pesquisadores, historiadores, antropólogos e demais interessados nas Ciências Sociais. Trata-se de uma obra de reconstrução do passado, ao mesmo tempo em que se configura um importante registro de tradições gráficas.
 
Na introdução do livro Otto Bettmann explica que a inspiração para iniciar um trabalho de pesquisa sobre a evolução da comunicação visual foi a constatação de que esse campo — muito impulsionado pela introdução da fotografia, do cinema e da televisão — assumiu “uma posição de proeminência”.
Referindo-se aos anos 70, período em que nasceu a idéia do livro, afirma o eminente professor da Universidade da Flórida que, no processo de desenvolvimento da comunicação, o passado foi sendo percebido cada vez mais sob uma perspectiva visual. “Através da arte, das gravuras, das fotografias e dos jornais cinematográficos, o homem moderno testemunha grande parte da História”, disse Otto Bettmann. Segundo ele, foi a partir daí surgiram estudiosos, como ele próprio, interessados em colecionar e interpretar documentos visuais. Nascia assim os chamados “historiadores gráficos”.
 
Otto Bettmann é de origem alemã. Em 1933, com o avanço do nazismo de Hiltler, se viu obrigado a deixar a Alemanha, onde exercia o cargo de Superintendente de Livros Raros, em Berlim. Foi nesse período que passou a pesquisar, em centros artísticos de todo mundo, “trabalhos gráficos que registrassem vidas públicas e particulares do passado”.
 
O resultado é essa obra intitulada “Arquivo ilustrado da História do mundo”. São mais de 200 páginas ilustradas em ordem cronológica dos eventos que registram a trajetória do homem desde a criação do universo. O livro é um documento que prende o leitor a partir da vida pré-histórica, o surgimento das primeiras ferramentas e civilizações urbanas.
 
A passagem do mundo pré-histórico para as civilizações greco-romanas, o Antigo Egito e os reinos orientais. O fim da Antiguidade para o surgimento da era feudal, com a queda do Império Romano. No livro de Otto Bettmann nenhum período histórico ficou esquecido. O passado é brilhantemente remontado com ilustrações raríssimas que dão ao leitor a dimensão de períodos como as Grandes Navegações, a Renascença, o Iluminismo de Rousseau e Montesquieu.
 
Trata-se de um livro de fácil leitura. Cada capítulo traz um texto resumido sobre os períodos históricos, que são acompanhados pelas ilustrações distribuídas pelas páginas, com legendas bem explicativas sobre os fatos e os personagens. Assim o leitor tem em mãos um distinto registro sobre a Era das Revoluções, como a Industrial e a Francesa, que mudaram a história do mundo. Há registros de outros movimentos importantes como a Revolução Russa, as Guerras Mundiais, o fascismo, o modernismo, a literatura, o crescimento das artes visuais, com o nascimento do cinema como a grande invenção da modernidade. É leitura obrigatória.