Abraji homenageia centenário da ABI


09/05/2008


 Maurício Azêdo, Angelina Nunes, Suely Maria Dias, Josemar Gimenez e Aloisio Lopes

O 3º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo teve início nesta quinta-feira, dia 8, na capital mineira, com uma cerimônia comemorativa ao centenário da Associação Brasileira de Imprensa. O evento é organizado pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) e pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UNI-BH), com o apoio do Knight Center for Journalism in the Americas, da BBC, do Centro Cultural da Espanha, do Instituto Ayrton Senna, da Fundação Avina e dos jornais Estado de Minas e Correio Braziliense.

Na abertura do Congresso, o Presidente da ABI, Maurício Azêdo, agradeceu a homenagem e destacou a importância da troca de experiências entre jornalistas promovida pelo evento:
— A ABI funciona para a troca de experiências entre os jovens e os mais velhos. A prática de conversas entre profissionais de diferentes idades se tornou rara no ambiente de trabalho. O barulho e o falatório das redações de antigamente deu lugar hoje à troca silenciosa de mensagens instantâneas e ao pouco contato entre os jornalistas. A Abraji surgiu em um momento espinhoso e favorece o povoamento de uma humanidade profissional nas redações.

Maurício destacou a importância da qualificação e a necessidade de formação superior para o exercício do jornalismo:
— Não defendemos a exigência do diploma, mas sim que o jornalista tenha capacitação de alto nível técnico, ético e cultural, correspondente à dimensão do ofício que tem que exercer, já que o jornalista é de fundamental importância na vida social do País.

Durante a cerimônia, realizaram-se ainda um ato em solidariedade aos jornais Folha de S Paulo, Extra e A Tarde e aos jornalistas Elvira Lobato, Bruno Thys e Valmar Hupesel Filho, recentemente processados por danos morais, e uma homenagem aos 80 anos do jornal Estado de Minas, representado pelo Diretor de Redação Josemar Gimenez. Josemar sentou-se à mesa do Congresso ao lado de Angelina Nunes, Presidente da Abraji, Suely Maria Dias, Reitora do UNII-BH e Aloísio Lopes, Presidente do Sindicato dos Jornalistas de Minas Gerais.

                                                           Plinio Bortolotti

Em relação à tempestade de processos que se abateu sobre alguns jornalistas e veículos de comunicação, a Abraji reagiu e deixou clara a sua posição, nas palavras do Diretor Plinio Bortolotti: “Não é contra o acionamento da Justiça quando alguém se sente ofendido, mas não aceita que essa instituição seja usada como instrumento persecutório para constranger jornalistas.”

Ranulfo Bocaíuva, do jornal A Tarde, ressaltou o papel da imprensa para o avanço da democracia:
— É preciso reconhecer a importância do nosso trabalho para a manutenção da liberdade conquistada após anos de obscurantismo. A Justiça está conseguindo reconhecer a má-fé nas ações contra a imprensa.

Elvira Lobato, repórter da Folha de S.Paulo, foi representada na cerimônia por seu irmão, Geraldo Francisco de Araújo, que afirmou que “a intimidação de alguns órgãos não atinge apenas Elvira, mas todos os jornalistas que investigam desvios de conduta”.