ABL lança nova edição do Volp


20/03/2009


Representantes dos países lusófonos, autoridades brasileiras, acadêmicos, escritores, e o público em geral prestigiaram o lançamento da 5ª edição do Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (Volp), nesta quinta-feira, 19, na Academia Brasileira de Letras (ABL), no Rio de Janeiro. A obra reúne as novas regras estabelecidas pelo Acordo Ortográfico de 1990, regulamentado no Brasil nos decretos assinados pelo Presidente Lula, na ABL, em 29 de setembro de 2008, e em vigor desde o dia 1º de janeiro deste ano.

Elaborado por uma equipe de 17 pessoas, entre lexicógrafos e revisores, sob a coordenação do filólogo e gramático Evanildo Bechara, da Comissão de Lexicologia e Lexicografia da ABL — integrada também pelos acadêmicos Eduardo Portella e Alfredo Bosi — o volume, de quase mil páginas, contém mais de 300 mil vocábulos, apresentados sob forma de lista, por ordem alfabética, incluindo-se a classificação gramatical de cada um, além dos estrangeirismos, relacionados na parte final da obra.
— Com a realização deste trabalho, a ABL traz contribuição relevante ao sonho de unificação ortográfica acalentado por tantos filólogos portugueses e brasileiros. Acreditamos ter contribuído para a elaboração do Volp, tarefa não só proposta pelos signatários do novo Acordo, mas que foi também sonho dos fundadores da ABL em 1897, declarou Evanildo Bechara.

Para executar o trabalho, a Comissão de Lexicologia e Lexicografia da ABL, segundo Bechara, se norteou por quatro princípios fundamentais: o respeito a lição do texto do Acordo; o estabelecimento de uma linha de coerência do texto como um todo; o acompanhamento do espírito simplificador do texto do Acordo; e a preservação da tradição ortográfica refletida nos formulários e vocabulários oficiais anteriores, quando das omissões do texto do Acordo.

Para informar os procedimentos metodológicos seguidos na elaboração do Volp, a ABL divulgou um texto em forma de Nota Explicativa.
— É muito importante que a opinião pública seja corretamente informada a respeito dos quatro princípios norteadores adotados pela ABL e que garantem fiel compromisso aos propósitos dos signatários oficiais do Acordo. A correta assimilação das modificações ortográficas dependerá, com mais facilidade, do adequado conhecimento que as instituições de ensino, editores, o público em geral tenham a respeito das normas ortográficas vigentes até 1990, detalhou Bechara.

O Presidente da ABL, Cícero Sandroni, esteve em Brasília no último dia 18, para encaminhar os primeiros exemplares do Volp ao Presidente Lula, e também aos Presidentes do Senado, José Sarney, da Câmara dos Deputados, Michel Temer; e aos Ministros da Educação, Fernando Haddad; da Cultura, Juca Ferreira; e da Secretaria-Geral da Presidência da República, Luiz Dulci.
— A Língua Portuguesa deixa para trás a condição de ser idioma cujo peso cultural e político estava ainda na vigência de dois sistemas ortográficos oficiais, um entrave ao seu prestígio e difusão internacional. Esta edição se apresenta aumentada em seu universo lexical, corrige as falhas tipográficas e oferece informações ortoépicas sobre possíveis dúvidas resultantes do emprego de algumas das normas ortográficas, informou Sandroni. 

Conteúdo

A 5ª edição do Volpi, que será encaminhada a todas as escolas públicas do País, reúne 349.737 verbetes com um vocábulo ou expressão por verbete, com classificação gramatical; ortoépia, para não deixar dúvidas acerca da pronúncia correta; 1.500 verbetes de palavras estrangeiras, com um vocábulo ou expressão por verbete para palavras e expressões de outras línguas de uso corrente no Brasil (inglês, espanhol, francês, latim, alemão, japonês, italiano e outras); e ainda 349.487 vocábulos para reduções, reunindo abreviaturas, abreviações, siglas, acrônimos e outras formas reduzidas de maior uso.

A publicação apresenta também o texto integral do Acordo Ortográfico de 1990, com todos os anexos, relatórios e justificativas, assinado por representantes de todos os países em que o português é língua oficial: Brasil, Portugal, Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe; os decretos presidenciais sobre a adoção e a implementação do Acordo no Brasil; a nota editorial da Academia Brasileira de Letras, sobre esta edição e as anteriores, o Formulário Ortográfico de 1943, o Decreto de 1971 e outros. 

  • NOTA EXPLICATIVA DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS