ABI recebe homenagem no Senado


24/04/2008


                                                                              José Cruz/Agência Senado

Inácio Arruda, Maurício Azêdo, Garibaldi Alves Filho e Fernando Tolentino de Sousa Vieira

O Senado celebrou o centenário da ABI na manhã desta quinta-feira, 24, em cerimônia especial da qual participaram o Presidente da Associação, Maurício Azêdo; o Diretor-geral da Imprensa Nacional, Fernando Tolentino de Sousa Vieira; a Subprocuradora-geral da República, Julieta Cavalcanti de Albuquerque; e o ex-Presidente do Conselho Editorial do Senado Federal Joaquim Campelo Marques; além de outros senadores, autoridades e jornalistas.

O Senador Inácio Arruda abriu a solenidade afirmando que a trajetória da ABI na luta pela democracia, liberdade e direitos sociais é merecedora de homenagens:
— A Associação Brasileira de Imprensa surgiu não apenas para testemunhar a história do Brasil contemporâneo, mas da necessidade, do clamor pela existência de uma organização desse porte.

Inácio Arruda disse ainda que os ideais do fundador da ABI, Gustavo de Lacerda, continuam movendo a luta democrática e libertária do povo brasileiro:
— Ao completar cem anos, a ABI mostra-se cada vez mais jovem. Nunca perdeu seu viço e o vigor de seus primeiros anos de vida e jamais se afastou do caminho traçado pelos pioneiros que a constituíram e a consolidaram. É impossível desvincular a ABI de todos os momentos decisivos que se consubstanciaram no Brasil de nossos dias. Ao mesmo tempo em que dava as mãos à cidadania, na busca incessante da superação dos quadros de exceção que agrediam a consciência democrática, a entidade defendia a integridade física e moral dos jornalistas. 

 José Cruz/Agência Senado

 Pedro Simon

Liberdade e amor

A figura de Barbosa Lima Sobrinho foi ressaltada pelo Senador como sinônimo de liberdade de imprensa e amor ao Brasil.
— Ao longo de mais de cem anos de vida, esse advogado, jornalista, ensaísta, historiador, professor, ex-Governador, político que Pernambuco ofereceu ao Brasil não fez outra coisa senão dar lições cotidianas de coerência de princípios, de integridade pessoal e de devoção absoluta às causas populares e nacionalistas.

No fim do discurso, Inácio Arruda cumprimentou Maurício Azêdo por sua gestão, reafirmando que “a luta pela democratização da mídia e em defesa da cultura nacional representa uma bandeira estratégica, que exige a mobilização da sociedade”.

Também ocuparam a tribuna para homenagear o centenário da entidade os Senadores Pedro Simon, Marisa Serrano, Serys Slhessarenko, Mão Santa e o Presidente do Senado, Garibaldi Alves Filho, que destacou o papel da ABI na busca por uma sociedade mais democrática:
— Temos consciência de que, se não fosse a imprensa, a nossa voz daqui não ganharia os espaços desta Nação e, sobretudo, não inundaria os corações dos brasileiros que gritam que a democracia é uma conquista eterna do povo brasileiro.

Pedro Simon (PMDB-RS) lembrou o papel da ABI na luta pela liberdade e em defesa da cultura nacional. O primeiro cineclube do Brasil, ressaltou, foi criado pela associação. A entidade também participou decisivamente, como recordou, em campanhas políticas como as da luta pela anistia, pelo fim da censura prévia, pelas eleições diretas e pela realização de uma Assembléia Nacional Constituinte:
— Em uma hora em que o Brasil vive sem referências, nós prestamos uma homenagem cívica a nossas referências mais queridas, mais puras. A ABI é um orgulho do Brasil, um orgulho de nosso povo.

Marisa Serrano (PSDB-MS) concordou com Simon e afirmou que se precisa da ABI para “dar um rumo à sociedade brasileira”. Sua colega Serys Slhessarenko (PT-MT) ressaltou a necessidade de se buscar um jornalismo com responsabilidade; a imprensa, a seu ver, “deve informar, não julgar e condenar indivíduos”. Já Mão Santa (PMDB-PI), ao lembrar a contribuição de seu estado para a história da imprensa brasileira, ressaltou o exemplo do jornalista Carlos Castello Branco, que durante muitos anos foi titular de uma coluna de política no Jornal do Brasil.

Desafios e ameaças

            Geraldo Magela/Agência Senado

       Maurício é recebido por Campelo e Garibaldi

Maurício Azêdo agradeceu a homenagem e a exaltação do compromisso da Associação com a liberdade:
— Nestes cem anos, a Associação e sua militância enfrentaram desafios, perigos, ameaças e represálias para que a liberdade fosse e seja sempre um bem a cobrir e proteger o conjunto dos brasileiros. Nós da ABI ficamos muito sensibilizados com o destaque que se dá a esse empenho da Casa em torno da questão da liberdade, que foi erigida pela ABI como divisa das comemorações do seu centenário, por proposta de um companheiro do nosso quadro social, o jornalista Rodolfo Konder: “ABI — cem anos de luta pela liberdade”.

O Presidente agradeceu ainda a menção a pessoas que contribuíram para a construção da ABI e dedicaram suas vidas à defesa das liberdades no País:
— Os diferentes parlamentares que se pronunciaram aqui exaltaram figuras que sobrevivem na nossa memória e na nossa admiração pela contribuição que ofereceram ao jornalismo e à vida nacional, como Barbosa Lima Sobrinho, que sempre dizia: “O meu patrão é o Brasil; todos os brasileiros deveriam ter a disposição de servir apenas ao Brasil e ao povo brasileiro”.