ABI promove a palestra “Futebol é cultura”


09/05/2008


 João Máximo

Na próxima terça-feira, dia 13, às 18h, o Centro Histórico-Esportivo da Associação Brasileira de Imprensa, sob a coordenação do Conselheiro José Rezende, promove o seminário “Futebol é cultura”, com a participação dos jornalistas João Máximo e Fernando Calazans. A entrada é franca e o evento acontece na Sala Belisário de Souza, no 7º andar do edifício-sede da ABI (Rua Araújo Porto Alegre, 71 — Centro do Rio).

A idéia do seminário surgiu quando Jesus Chediak, Diretor de Cultura e Lazer da Casa, leu um texto de Fernando Calazans no Globo e concordou com a visão do cronista esportivo de que a história do nosso futebol não é tida como cultura nacional. Na coluna, Calazans menciona que alguns jogadores da seleção brasileira, ao desembarcar em Londres para um jogo amistoso com a Suécia (contra a qual, na casa do adversário, ganhou a Copa de 58), nada sabiam sobre o time que conquistou o primeiro título mundial do País. Ou seja, não tinham conhecimento da história que envolve as próprias profissões.

Fernando Calazans tenta explicar por que aqui dificilmente se relaciona futebol com cultura:
― No Brasil, algo que deveria ser um sentimento nacional virou apenas algo que merece destaque. É pouco comum, hoje, enxergar o futebol como cultura, mesmo entre jornalistas.

                    Fernando Calazans

O colunista acha que a imprensa especializada também pode estar ofuscada por preconceitos do passado em relação ao jornalismo esportivo e pela visão do futebol como algo que é simplesmente comercializado:
― O futebol deixou de ser cultura. É visto apenas com os olhos da competição, do business, da disputa, da violência, da estupidez, da guerra.

Autor dos livros “Gigantes do futebol brasileiro”, “50 anos de Maracanã” e “Brasil: um século de futebol, arte e magia”, o jornalista João Máximo, ao falar do caso da desinformação dos jogadores sobre a Copa de 58, concorda com a perspectiva de que “tais conhecimentos sobre o passado podem ser tratados até como estudos acadêmicos”.

O coordenador do Centro Histórico-Esportivo, José Rezende, informa que o teor da palestra é elucidativo, pois abrange temas referentes à imprensa e ao futebol, “que também é uma paixão”:
― Esse passado permanece integrado na manifestação da cultura brasileira. É a memória de um país — conclui.