ABI participa de debate de candidatos do Rio


24/10/2008


A Associação Brasileira de Imprensa foi uma das instituições representantes da sociedade civil convidada pelo Jornal do Brasil para formular perguntas aos candidatos à prefeitura do Rio Fernando Gabeira e Eduardo Paes, em debate promovido em sua sede, nesta quinta-feira, dia 23.

A pergunta da ABI aos candidatos foi formulada por Maurício Azêdo, Presidente da Casa, que quis saber dos candidatos como o Governo municipal vai enfrentar o poder das empresas de ônibus, destacando que os empresários do setor têm forte apoio na Câmara Municipal e no Poder Judiciário. O jornalista explicou que o motivo de sua pergunta relacionava-se à conhecida incapacidade da Prefeitura de fiscalizar essas companhias, pois, até recentemente, a Superintendência Municipal de Transportes Urbanos (SMTU) tinha reduzido número de fiscais no setor — “houve caso de haver apenas um para fiscalizar as linhas de 37 bairros”, declarou.

O primeiro a responder a pergunta do representante da ABI foi o candidato Eduardo Paes, que classificou o setor de transportes de “feudos” e prometeu fazer licitações:
— As empresas de ônibus contribuem muito para o caos que enfrentamos no trânsito com o excesso de linhas. Em alguns lugares, há uma ausência completa e em outros, excesso. Isso é fruto desta feudalização. Vamos licitar as linhas e ônibus. Este foi o compromisso que assumi aqui no Jornal do Brasil, durante um almoço no primeiro turno. As empresas passarão a trabalhar a partir de contrato nítido de concessão, para que possam ser fiscalizados. Tenho uma postura muito clara no sentido de fiscalizar e combater os absurdos que essas empresas infelizmente cometem. Esperamos oxigenar este ambiente de negócios na nossa cidade para melhorar os serviços à população, com a implantação do bilhete único.

Já Fernando Gabeira disse se considerar pronto para enfrentar o problema:
— Minha candidatura tem uma característica de independência e estamos realmente preparados para enfrentar esse conluio perigoso entre os donos de empresas de ônibus e os políticos do Rio de Janeiro. A licitação será o primeiro passo, não só para controlar os feudos, como foi citado, mas para criar o equilíbrio; uma licitação que retire ônibus da Zona Sul, onde há grande oferta, e coloque mais linhas nas Zonas Oeste e Norte. Não teremos muito dinheiro para contratar mais fiscais. Penso que a instalação do GPS em todas as unidades dará a possibilidade de controle com um menor número de fiscais. Poderemos fazer esse controle gastando menos dinheiro e usando menos fiscais. Além disso, temos que licitar e legalizar também as vans.

As outras entidades convidadas ao debate foram a OAB-RJ e a Federação da Associação de Moradores do Estado do Rio de Janeiro (Fam-Rio). Na pergunta que encaminhou aos candidatos, o Presidente da OAB-RJ, Waddih Damous, destacou que os candidatos divergiam sobre a política de enfrentamento do Governo estadual na área de segurança, mas convergiam sobre o papel da Prefeitura na segurança pública, como a presença da Guarda Municipal nas ruas, cooperando com o trabalho da Polícia Militar. A Presidente da Federação das Associações de Moradores do Rio de Janeiro, Márcia Vieira de Vasconcelos, abordou a legalização do Plano Diretor da cidade, ressaltando que as providências do futuro Prefeito nesse sentido implicam atenção com o movimento social.