ABI manifesta pesar pela morte de Sérgio de Souza


25/03/2008


A Associação Brasileira de Imprensa, por meio de sua Representação em São Paulo, manifesta profundo pesar pelo falecimento do jornalista Sérgio de Souza, ocorrido nesta terça-feira, 25. Operado no último dia 10, em razão de uma perfuração no duodeno, o jornalista, de 73 anos, morreu no Hospital Osvaldo Cruz. Deixa viúva a também jornalista Lana Nowikow, com quem teve três de seus sete filhos.

Diretor da revista Caros Amigos, que fundou há 11 anos, Serjão, como o chamavam os colegas, marcou sua carreira — iniciada na Folha de S.Paulo, no fim dos anos 50 — pelo rigor e seriedade que dedicou à profissão. Foi como editor de texto que ele se destacou, principalmente na Realidade, da qual foi um dos fundadores em 1966. Sabia como poucos trabalhar os textos que fizeram da revista uma das mais importantes do século passado no Brasil.

Nascido em 1934 no Bom Retiro, bairro tradicional no centro da capital paulista, Serjão era um autodidata. Não chegou ao curso superior, mas fez-se “doutor” em jornalismo. Avesso a entrevistas, até tímido diante de uma câmera, microfone ou mesmo um colega com caneta e papel na mão, não deixou muitas pistas sobre sua vida particular. Mas falou ao ABI Online sobre o amigo Paulo Patarra, que conheceu em 64.

Além de seu trabalho, silencioso e preciso no trato do texto, Sérgio de Souza foi um criador de publicações que muitos classificaram como alternativas, entre as quais O Bondinho e Ex. Ele rejeitava a classificação. Preferia defini-las como publicações jornalísticas comprometidas com a informação e idéias, não alinhadas com o pensamento único dominante na grande mídia.

Com 50 anos dedicados ao jornalismo, profissão que enobreceu como poucos, Serjão morreu pobre. Uma de suas últimas criações, um “anticurso” promovido pela revista Caros Amigos, tinha como subtítulo “Como não enriquecer na profissão”. Foi seguindo essa lição que Sérgio de Souza enriqueceu o jornalismo no Brasil.