ABI celebra os cem anos de Elizeth Cardoso


16/07/2020


Imagem: Reprodução da internet

100 ANOS DE ELIZETH CARDOSO

Diana Aragão, jornalista, membro da Comissão de Cultura e Lazer da ABI

Se viva fosse a cantora Elizeth Cardoso estaria completando 100 anos hoje. Nascida no Rio de Janeiro em 16 de julho na Rua São Francisco Xavier começou a cantar cedo em casa de parentes em festinhas. Mas para valer mesmo, levada pelo mestre e padrinho  Jacob do Bandolim,  foi na Rádio Guanabara cantando entre um e outro emprego.

Depois de casada com Ari Valdez com quem teve seu único filho, Paulo, parou.  Mas casamento desfeito, pois o que ela gostava mesmo era de namorar e cantar, foi trabalhar nos dancings, o Avenida, mas logo voltava às rádios para o começo do  sucesso: excursões Brasil afora e sua primeira gravação apresentada pelo cantor e compositor Ataulfo Alves, na gravadora Star.

Sucesso total só em 1951 depois da gravação de Canção de Amor, de Chocolate e Elano de Paula, quando foi chamada por Almirante para cantar na Rádio Tupi. Coincidindo com o sucesso total de Canção de Amor, recebendo elogios de Vinicius de Morais como “Elizeth dava aula de canto no disco…”

A partir daí sua carreira deslanchou com direito a apresentações em Paris e, na volta, mais rádios e mais excursões. Até que Vinicius e Tom Jobim convidam Elizeth para gravar junto com eles o celebrado LP Canção do amor demais (já existe em CD difícil de achar derrubado pelas novas tecnologias) onde na faixa Chega de saudade aparecia pela primeira vez o violão de João Gilberto. Disco histórico marcando o que é considerado o início da Bossa nova.

O restante da sua vida (fulminada pelo câncer em 7 de maio de 1990) foi um sucesso, alçada – com todo merecimento – à posição de Diva ainda em vida. E palmas para o produtor Hermínio Bello de Carvalho que injetou nova vida aos cantares de Elizeth Cardoso. Como escreveu Chico Buarque na contracapa de seu LP Todo o sentimento (deslumbrante)…. também eu quero colar meu bilhete no espelho de Elizeth: canta, canta, canta mais! Porque Elizeth é a nossa cantora mais amada. Voz de mãe, e mãe de todas a cantoras do Brasil.”

Certíssimo, como sempre.

Matéria da jornalista Diana Aragão publicada em O Globo, 1989 — Reprodução da crítica do último show ao vivo da cantora

 

Teatro Rival faz live em homenagem à Elizeth, hoje às 16 horas 

*Imagem da capa: Reprodução da internet