A força da imprensa alternativa regional


24/09/2020


7º episódio: A força da imprensa alternativa regional

Neste sétimo episódio da série “Resistir é Preciso”, apresentada pela ABI e pelo Instituto Vladimir Herzog e dirigida pelo jornalista Ricardo Carvalho, você vai saber os caminhos da imprensa alternativa pelo país inteiro. Foram centenas de jornais produzidos nas comunidades e nas universidades, como na USP, em São Paulo, como conta a cartunista Laerte que, ao lado de amigos como Luis Gê e os irmãos Caruso, lançaram o jornal Balão, que a própria Laerte considera um dos momentos mais importantes da sua vida. Teve também A Ponte, o Avesso, Cobra de Vidro e, em Londrina, o Terra Roxa.

Era a força do jornal alternativo regional. Em Rio Branco, no Acre, o Varadouro marcou época e foi o jornal a publicar a primeira entrevista com Chico Mendes. E mais: Coojornal, em Porto Alegre, que foi fechado pelo general Antonio Bandeira; De Fato, em Belo Horizonte; Berrante, em Campo Grande; Mutirão, em Fortaleza; Jornal do Povo, no Recife; Resistência, em Belém; Inimigo do Rei, na Bahia, anarquista, irreverente e criticava a ditadura e o autoritarismo da esquerda.
Contam as histórias: Beá Tibiriça, Elifas Andreato, Elson Martins, Julia Feitosa, Elmar Bones, João Batista dos Mares Guia, Alex Solnik, do carioca Repórter, que chegou a vender 100 mil exemplos. O primeiro parágrafo, do primeiro editorial, do primeiro número de o Repórter é antológico: “Nó somos uma geração de jornalistas formados no AI-5, na paranóia, nós somos o medo. Ele escorre por cada linha que escrevemos e mancha o papel de vergonha…”

Por Ricardo Carvalho, diretor da ABI, em São Paulo.