Abert aponta aumento de quase 22% em casos de violência contra a imprensa em 2021


22/03/2022


Com o lema “Um mundo sem fatos é um mundo sem verdade e sem confiança”, a ABERT, Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão lançou seu Relatório Anual 2021, que traz destaques sobre “Violações à Liberdade de Expressão”.

O relatório trata do panorama da violência contra a imprensa, os crimes contra comunicadores no brasil, ataques virtuais, artigos diversos, e  casos de violência no ano de  2021

Veja o relatório na íntegra clicando em .ABERTRELATORIOANUAL2021

Abaixo, matéria publicada no Portal dos Jornalistas

A Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert) divulgou nesta terça-feira (22/3) o Relatório sobre Violações à Liberdade de Expressão, que mostra um panorama sobre casos de violência de diversos tipos contra a imprensa brasileira em 2021.

Segundo o relatório, a situação da imprensa é novamente preocupante no Brasil: em 2021, houve um aumento de 21,69% no número de profissionais e veículos de comunicação que sofreram algum tipo de ataque no País, em relação ao ano anterior. Ao menos 230 jornalistas foram envolvidos em 145 casos de violência não-letal, que incluem agressões físicas, ameaças, intimidações, ofensas, entre outros.

As ofensas foram o tipo de violência mais detectado, com 53 ocorrências e 89 vítimas. Na sequência, aparecem as agressões (34 casos e 61 vítimas) e intimidações (26 casos e 43 vítimas).

Em 2021, não foram registrados quaisquer casos de assassinato de jornalistas pelo exercício da profissão. É apenas a segunda vez que isso acontece desde 2012, quando a Abert começou a monitorar a violência contra a imprensa no País. A entidade destaca, porém, que em abril do ano passado o radialista Weverton Rabelo Fróes foi executado a tiros em Planaltino (BA), mas o caso não foi incluído no relatório pois a polícia ainda está investigando a autoria e a motivação do crime.

Mesmo sem casos de assassinato, o relatório destaca o aumento de 100% no número de casos de atentados em relação a 2020, especialmente pela forma como foram executados, muitas vezes com armas de fogo. Foram ao todo oito casos, com oito vítimas.

Em relação aos ataques virtuais contra a imprensa, a Abert cita uma pesquisa da empresa de análise de dados Bites, que detectou cerca de 1,45 milhões de posts contendo palavras de baixo calão, expressões depreciativas e pejorativas contra a imprensa nacional, ou seja, cerca de 4.000 ataques virtuais por dia. Apesar dos dados negativos, os números configuram uma redução de 54% nos ataques virtuais ao trabalho jornalístico em comparação a 2020.

Para Flávio Lara Resende, presidente da Abert, “o direito constitucional da sociedade brasileira de ser informada sobre fatos que impactam o seu cotidiano somente estará garantido com uma imprensa livre, independente e plural”.